O governo Lula planeja destinar, ao todo, R$ 4,4 milhões para apoiar a “economia do axé” e a cultura de terreiros. Em 3 de agosto, o e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alocaram R$ 1,5 milhão em 30 projetos com estes temas.
“Espiritualidade e religiosidade importam para a saúde”, afirmou a vice-diretora da Fiocruz Brasília e responsável pela coordenação do edital do governo, Denise Oliveira e Silva. “Existe uma ciência que a branquitude eurocêntrica não explica, basta entender as relações de proximidade desses povos com o universo e com os elementos da natureza, com o plantio e a colheita como parte da vida.”
O evento de assinatura dos acordos entre o governo e os vencedores do projeto ocorreu na terça-feira 3 e foi marcado por discursos religiosos. A mãe de santo Jaciara de Oxum liderou um canto de candomblé depois de saudar Ogum e Mãe Gilda, a homenageada do edital. Jaciara é a sucessora de Mãe Gilda de Ogum.
Um dos projetos selecionados se propõe a capacitar 20 mulheres em cursos de costura, velas aromatizadas e doces de santo. Ele incentiva o empreendedorismo feminino em Rio Branco, no Acre. Embora a Fiocruz normalmente se concentre em pesquisa e tecnologia na área de saúde, o edital do órgão não menciona termos como “saúde”, “ciência” ou “pesquisa”.
O edital está em conformidade com a resolução 715 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), de 2023, que recomenda a inclusão de terreiros no Sistema Único de Saúde (SUS).
Fonte: revistaoeste