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Política

Deputados adiam votação sobre prisão de Chiquinho Brazão: o que eles dizem?

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A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), apontado pela Polícia Federal (PF) como um dos mandantes da execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018. O relatório do deputado Darci de Matos (PSD-SC) é favorável à manutenção da prisão. Como os deputados Gilson Marques (Novo-SC), Roberto Duarte (Republicanos-AC) e Pinato (PP-SP) pediram vista, ou seja, mais tempo para analisar o caso, .

Na prática, o pedido dos três adia em duas sessões da CCJ a votação do parecer. Aprovado na comissão, o relatório segue para o plenário da Casa, onde deve obter ao menos 257 votos que autorizem a prisão do parlamentar.

Os deputados afirmam que o pedido não se dá pelo mérito do caso Marielle, e sim por razões regimentais. Para os parlamentares, não houve tempo hábil para a análise do relatório da PF. Segundo os três, a Câmara não precisa agir imediatamente, pois Chiquinho Brazão já está preso.

A aprovação da a toque de caixa, afirmam os parlamentares, poderia abrir margem para a defesa de Brazão alegar que garantias processuais não foram seguidas.

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Prisão De Chiquinho Brazão Precisa Ser Aprovada Pela Maioria Dos Deputados Federais | Foto: Mario Agra/Câmara Dos Deputados

Veja abaixo o que dizem os parlamentares que pediram mais tempo para analisar o parecer a respeito da prisão de Chiquinho Brazão, que, depois de ser preso, .

Roberto Duarte disse que não houve tempo hábil para a apreciação do processo. Segundo o deputado, até a última terça-feira, 26, peças essenciais para a análise do caso, como o relatório da PF e os mandados que autorizaram as medidas cautelares do domingo 24 ainda não haviam sido disponibilizadas no sistema eletrônico da CCJ.

Além disso, Duarte afirmou que o rito adotado pode estar sendo “problemático” sob o aspecto da tipologia penal, ou seja, o crime que está sendo atribuído a Brazão. Segundo o deputado, se a acusação associada ao foro privilegiado for a de obstrução de justiça, não há amparo legal para a detenção, pois, segundo a Constituição, parlamentares só podem ser presos em flagrante ou por crimes inafiançáveis.

“Com a máxima vênia ao STF, nem a Constituição, nem a legislação por ela recepcionada entendem o crime de obstrução de Justiça como crime inafiançável”, diz Duarte. “Esse tipo de falha pode derrubar um inquérito bem fundamentado, e precisamos agir tecnicamente.”

Para Gilson Marques, o tempo corre em desfavor de Chiquinho Brazão, preso preventivamente — por tempo indeterminado — em decisão já referendada pela Primeira Turma do STF. “Não tenho sensibilidade nenhuma em termos de agilizar o processo”, disse. “Pedindo vista, você atrasa a análise, que, aliás, precisa ser feita com calma.”

Para Marques, uma votação apressada é de interesse de Brazão, ao passo que, nessa marcha, a defesa poderia argumentar que nem todas as garantias processuais foram cumpridas. “Se fosse votado ontem, a toque de caixa, sem apresentar os documentos necessários e sem análise, a primeira coisa que os advogados iam fazer é alegar cerceamento da ampla defesa.”

Fausto Pinato afirmou que a semana já teria os trabalhos encurtados por ter o feriado da Semana Santa, com os deputados retornando às bases eleitorais. A abreviação dos trabalhos na Casa acabou apressando a análise da CCJ sobre o caso e, segundo Pinato, o parecer de Darci de Matos não estava pronto para ir ao plenário. “Se eles colocam para votar, do jeito que estava ali, poderia perder a votação.”

Segundo a PF, o caso Marielle foi “sabotado” durante anos por envolvidos que estavam em posições de comando na Polícia Civil do Rio de Janeiro. A Federal passou, em 2023, a auxiliar o caso, com a abertura de inquérito. Para Pinato, não há razão para liquidar em um dia um caso que demandou tanto tempo de investigação, até mesmo pela prisão preventiva já estar em vigor “[A investigação da PF] demorou um ano e pouco”, afirmou. “Por que temos que julgar no dia, passando por cima do regimento?”

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Diretamente Da Cadeia, O Deputado Federal Chiquinho Brazão (Sem Partido-Rj) Realizou Sua Defesa Durante Participação Na Ccj Da Câmara Dos Deputados — 26/3/2024 | Foto: Rute Moraes/Revista

A assessoria do deputado Chiquinho Brazão afirmou que o parlamentar é inocente e a prisão é arbitrária. “É estarrecedor que o deputado federal Chiquinho Brazão, um cidadão inocente e um parlamentar no exercício de seu mandato, tenha sido preso de forma arbitrária em pleno domingo”, disse a equipe dele por nota, divulgada pela Agência Brasil.

“O próprio relatório policial confessa a mais absoluta ausência de provas contra o deputado”, prossegue a assessoria de Chiquinho. “Além de altamente desnecessária, visto que o deputado sempre esteve à disposição das autoridades, a medida é absurda e se baseia apenas em presunções e nas declarações de um criminoso confesso que busca diminuir sua pena.”


Revista, com informações da Agência Estado

Fonte: revistaoeste

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