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Política

Denúncia: Ministra da Saúde é acusada por senadores de descartar mais de 150 mil medicamentos

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Dez senadores pediram ao , Paulo Gonet, a instauração de uma investigação contra a ministra da Saúde, Nísia Trindade. Protocolado na quarta-feira 6, o documento afirma que houve o descarte por parte da pasta de mais de 150 mil medicamentos que teriam sido comprados para atender a indígenas ianomâmis. Segundo os parlamentares, muitos remédios estavam dentro da data de .

“Diante desta situação, é inaceitável o descarte a tantos medicamentos dentro do prazo de validade, os quais poderiam ser utilizados e salvado a vida de inúmeros indígenas Yanomami que faleceram pela falta de acesso a medicamentos e atendimentos de saúde”, destacam os senadores.

Os parlamentares citam ainda uma publicada pelo jornal O Estado de São Paulo, em de fevereiro deste , que apontou um número maior de descarte, 257 mil remédios, sendo que alguns também estavam dentro da data de validade.

Conforme a reportagem, entre os remédios descartados estava um lote de um medicamento de custo elevado. Foram jogadas fora pouco mais de 1,6 mil unidades de Paxlovid, um antiviral para combater a covid-19 que é vendido a quase R$ 5 mil a caixa e, no mercado, a quantidade descartada sairia a quase R$ 250 mil, segundo o jornal. Também foram descartados outros insumos, como testes rápidos de covid-19 e de HIV.

Procurado por , o Ministério da Saúde informou que, no início de 2023, a pasta herdou estoques de medicamentos “sem tempo hábil para distribuição e , comprados sem critérios ou planejamento”. Além disso, que “todos os medicamentos e insumos necessários para salvar vidas são utilizados pelas equipes de saúde”. [Leia a nota na íntegra ao final desta reportagem].

Assinam o documento os seguintes senadores: Damares Alves (Republicanos-DF), Tereza Cristina (PP-MS), Marcos Pontes (-SP), Jorge Seif (PL-SC), Magno Malta (PL-ES), Plínio Valério (PSDB-AM), Marcos Rogério (PL-RO), Mecias de Jesus (Republicanos-RR), Eduardo Girão (Novo-CE), Hamilton Mourão (Republicanos-RS), Luiz Carlos Heinze (PP-RS), Rogério Marinho (PL-RN), Carlos Portinho (PL-RJ), Ciro Nogueira (PP-PI) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Em janeiro de 2023, o Ministério da Saúde declarou emergência de saúde pública nas terras ianomâmis, mobilizando no Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública como mecanismo nacional da gestão coordenada da resposta à emergência. Conforme os senadores, tudo isso estava sob a responsabilidade da de Saúde Indígena, ligada a pasta.

Na representação enviada à PGR, os parlamentares ressaltaram que a situação teria se agravado nos últimos meses. De acordo com os senadores, existem relatórios do ministério relatando aumento expressivo no número de mortes provocados por várias doenças, especialmente desnutrição e malária.

“Requeremos a esta digníssima Procuradoria-Geral da República que instale um procedimento investigativo e possível Ação Civil Pública contra os gestores do Ministério da Saúde conforme e demais responsáveis pelo ilícito ora perpetrado contra a população indígena Yanomami e aos prejuízos ocorrido ao erário público”, concluíram os senadores.

O Ministério da Saúde informa que, no início de 2023, a atual gestão se deparou com um cenário de crise humanitária do povo Yanomami causado pela desassistência e desestruturação da saúde indígena nos últimos anos. A Pasta também herdou estoques de medicamentos sem tempo hábil para distribuição e uso, comprados sem critérios ou planejamento. Desde então, o Ministério está reestruturando as políticas de saúde indígena e retomou a gestão dos estoques, evitando desperdícios e garantindo a distribuição de acordo com a necessidade.

Desde o início da operação de emergência no território, todos os medicamentos e insumos necessários para salvar vidas são utilizados pelas equipes de saúde. Não há falta de medicamentos ou insumos para assistência dessa população. Os medicamentos que foram comprados nos anos anteriores e estavam com a data de validade próxima do vencimento, foram descartados.

Para mitigar a perda de insumos, o Ministério instituiu, em 2023, um comitê permanente para monitorar a situação e adotar ações emergenciais como pactuação junto aos estados, municípios e DSEIs para racionalizar a distribuição do estoque atual, dando prioridade aos itens de menor prazo de validade.

Fonte: revistaoeste

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