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Política

Delação de Mauro Cid é considerada ‘vaga’ e repleta de ‘histórias’ pelo procurador, diz análise

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O subprocurador-geral Carlos Frederico dos Santos, coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos da , afirmou que a delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, é recheada de narrativas. Portanto, para ele, a colaboração é “fraca” do ponto de vista jurídico.

+ no site da Oeste.

Em entrevista ao jornal O Globo, Santos disse que “não há robustez” na delação para o oferecimento de denúncia em qualquer dos assuntos investigados, como a suposta participação de Bolsonaro em atos antidemocráticos, no 8 de janeiro ou no caso das joias. O subprocurador já tinha feito declaração semelhante à revista Veja, na semana passada.

“Quando nós temos um acordo de delação, tudo que é dito precisa ser corroborado”, disse o procurador ao jornal O Globo. “Não posso dizer que uma peça dessa será proveitosa se isso não acontecer. Não faço críticas à Polícia Federal nem a quem firmou o acordo, mas meu olhar é do órgão acusador e, nessa perspectiva, pode afirmar que ali há só narrativas e não há robustez para o oferecimento de denúncia. Então, diante de não haver isso, ela é fraca.”

+

Desde o início, Santos questionou o fato de a delação ter sido feita em acordo com a Polícia Federal, já que não cabe à corporação — mas apenas ao — fazer esse tipo de ajuste com investigados. Porém, o subprocurador evitou críticas diretas à PF.

Para ele, será necessário aprofundar as investigações e as declarações de Cid, que no entender de Santos, não oferecem qualquer indicativo mais plausível para apurar os eventuais crimes sob investigação.

Mauro Cid não apresentou qualquer prova na delação, diz procurador

Advogado Mauro CidAdvogado Mauro Cid
Mauro Cid Fez Acordo De Delação Com A Polícia Federal | Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Mauro Cid, na delação, teria dito que Bolsonaro participou diretamente da discussão sobre uma minuta de decreto apócrifa encontrada na casa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, em janeiro deste ano. Entretanto, não apresentou qualquer prova.

“Ao delator que se propõe a firmar esse tipo de acordo não basta possuir uma narrativa, ele tem que apontar os participantes de um crime e apontar, pelo menos, os caminhos até as provas para confirmarmos aquilo que ele falou”, explicou Santos, ao jornal. “Por isso, há diversas decisões do Supremo Tribunal Federal anulando esses acordos porque as acusações se basearam tão somente nas delações.”

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Na entrevista ao Globo, o subprocurador-geral disse que em nenhum dos outros casos sob investigação, como o das joias dadas a Bolsonaro pelo governo da Arábia Saudita, Cid apresentou qualquer tipo de comprovação. Ou seja, fez apenas narrativas, como declarou o subprocurador. 

Santos será o procurador responsável por analisar o relatório da Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 Janeiro, que pede o indiciamento de 61 pessoas, incluindo Bolsonaro.

: revistaoeste

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