Com apenas 40 gramas de maconha, agora você poderá desfilar livremente sua trouxinha pelas ruas do Brasil que nada lhe acontecerá, caro usuário de drogas. Foi o que o Supremo Tribunal Federal decidiu, atropelando entendimento em contrário do Congresso Nacional, que já havia deliberado negativamente sobre o tema. Com apenas 40 gramas, você, traficante, poderá dar várias voltinhas pelas cidades brasileiras vendendo maconha, sem ser condenado ou mesmo acusado de tráfico de drogas, porque agora a polícia vai andar com uma balancinha que separa pela quantidade quem é traficante de quem é usuário.
Na prática, o STF liberou o uso de drogas no Brasil. E nem é só maconha. Nas palavras de Dias Toffoli, nenhum, absolutamente nenhum usuário poderá de qualquer droga poderá ser preso ou criminalizado pelo uso privado de drogas. Ah, sim! Privado porque, segundo o entendimento do Supremo, não se liberaram as drogas para consumo externo, em praças públicas, mas só para consumo interno, dentro da casinha de cada usuário. Ou seja, meu caro usuário de droga, dentro do seu sacrossanto lar, você poderá livremente fazer sua cracolândia privada, que nenhum ente do Estado poderá lhe tolher.
Todos sabem dos efeitos funestos e trágicos da liberação do consumo livre de drogas: equivale a liberar as drogas. Não há aí, como quer fazer parecer o ministro Barroso, uma guerra perdida contra as drogas; há leniência com o tráfico e consumo de drogas pelo Supremo. Agora mesmo está se falando de droga como se fosse um dado cultural da população preta e mestiça no Brasil. Isso mesmo que você leu: ministros do Supremo fizeram vinculação da proibição da capoeira, do samba em tempos remotos, à proibição da maconha atualmente. Ou seja, de maneira racista, vincularam o uso de drogas à negritude e à pobreza no país.
O ministro da Justiça, Lewandowski, nesta mesma toada, disse que a descriminalização geral das drogas poderá servir ao desencarceramento de presos em presídios. Uma antiga tara da esquerda. Se houvesse leis e punições severas no Brasil, não haveria presos em demasia, por óbvio. O criminoso só respeita o que ele teme. Assim aprendeu o nova-iorquino, por exemplo, na época da política de tolerância zero do ex-prefeito Rudy Giuliani que prendia os menores infratores. Levou droga para alguém, vai em cana. Quebrou janela de metrô, vai em cana. A punição na base do crime, do pequeno criminoso, cria o medo da punição no extremo e impede a formação de um grande criminoso. Aqui, o aviãozinho que transporta 40 baseados de um canto a outro vai ser promovido progressivamente a grande traficante, graças à liberação total do STF do porte e consumo de drogas. É a política progressista do Supremo progredindo para levar o país ao abismo. Em todos os lugares onde foram liberadas as drogas, os resultados são catastróficos. Na Califórnia, no Canadá, se veem pessoas como zumbis nas ruas, misturadas a excrementos, sem trabalho, sem vida, aterrorizando as pessoas. O Brasil caminha para se tornar um cemitério de almas e corpos aos mesmos moldes.
O ministro Fux alertou para o atropelo do STF aos demais Poderes. Nesta e em outras questões, como o do aborto após o quinto mês, por exemplo. Tarde demais, ministro. Não são só pautas “progressistas” enfiadas goela abaixo da população brasileira, atropelando o Congresso. São crimes que não foram criados pelo Legislativo, como discurso de ódio e fake news, que criminalizam e perseguem o cidadão livre por suas opiniões. No Brasil de hoje, se matar ou matar alguém por uso de drogas é legal. Emitir opinião que desagrade ao Supremo pode ser fatal. Em tudo isso o senhor, ministro Fux, contribuiu para acontecer com seu silencio e omissão. Assim como contribuíram o silêncio de demais ministros, bem como de quase todas as instituições brasileiras. O Brasil hoje ruma a se tornar uma grande droga, graças, desgraças ao autoritarismo do STF e da omissão e silêncio e covardia que o rodeia.
Fonte: revistaoeste