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Política

Carla Zambelli e hacker são indiciados por invasão do site do CNJ: entenda o caso

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A indiciou a deputada federal (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti Neto por invasão do site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O crime teria ocorrido em 4 de janeiro de 2023, e a conclusão do inquérito aconteceu nesta quinta-feira, 29.

Ambos teriam praticado o crime de falsidade ideológica. Durante a ação, foram inseridos documentos falsos no sistema do Judiciário, como uma falsa ordem de prisão contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Com a conclusão do inquérito, o documento será analisado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que será responsável por decidir se irá denunciar Carla Zambelli ao Supremo. Caso a denúncia ocorra, será aberta uma ação penal, que pode levar à condenação ou à absolvição. O relator do caso é o próprio Moraes.

A Polícia Federal não conseguiu encontrar trocas de mensagens entre o hacker e a deputada. Ele disse aos investigadores que apagou as conversas por precaução. Apesar disso, a corporação encontrou quatro documentos falsos em equipamentos pessoais de Zambelli, que são os mesmos inseridos por Delgatti no sistema do CNJ.

  • Uma ordem de quebra do sigilo bancário de Moraes. O documento foi gerado no computador de Delgatti em 4 de janeiro de 2023, às 22h22, e baixado no celular da deputada apenas 22 segundos depois. A investigação informou que, “tão logo Walter baixou o documento do site do CNJ, ele o encaminhou para Carla, que o baixou/abriu”;
  • Um recibo de bloqueio de bens de Moraes, no valor de R$ 22,9 milhões, criado em 4 de janeiro de 2023. O valor é o mesmo que a multa imposta ao Partido Liberal por contestar a eleição. O arquivo foi encontrado no celular de Zambelli.
  • Um outro recibo de bloqueio de bens do ministro, no valor de R$ 500 mil, criado em 25 de novembro de 2022. A Polícia não encontrou o mesmo documento no celular da deputada, mas achou dois arquivos com nomes distintos gerados no mesmo dia, antes de Delgatti inserir no CNJ.
  • Uma minuta do mandado de prisão contra Moraes, criado em 4 de janeiro de 2023. O documento foi encontrado no celular de Zambelli no mesmo dia.

A PF acredita que a deputada teria recebido a minuta da falsa ordem de prisão e enviado para a imprensa, que publicou o documento na noite de 4 de janeiro. Isso motivou a investigação da PF.

Zambelli teria o objetivo de espalhar suspeitas sobre a credibilidade do Judiciário, que é responsável por gerenciar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na época presidido por Alexandre de Moraes.

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Minuta da falsa ordem de prisão contra Alexandre de Moraes | Foto: Divulgação
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Minuta da falsa ordem de prisão contra Alexandre de Moraes | Foto: Divulgação

O relatório da PF informa que Delgatti foi “instigado pela parlamentar para acessar o sistema do CNJ, com o intuito de causar prejuízo à imagem do Judiciário e de um ministro do STF”. “Tanto que [Zambelli] recebeu os documentos comprovando as invasões ao sistema e as inserções de documentos falsos”, diz o documento.

O hacker está preso preventivamente por causa da invasão do sistema do CNJ. Em depoimento à PF, ele confessou o crime e disse que Zambelli participou. Ela teria escrito o texto do mandado de prisão contra Moraes.

A defesa da deputada Carla Zambelli divulgou uma nota para a imprensa em que nega a participação da parlamentar no crime. No texto, o advogado Daniel Leon Bialski diz que ainda não conseguiu ler a conclusão do inquérito, mas “reforça que ela jamais fez qualquer tipo de pedido para que Walter Delgatti procedesse invasões à sistemas ou praticasse qualquer ilicitude”.

Segundo a defesa, o fato de a deputada ter recebido eventualmente documentos não evidencia sua participação no crime. “Ainda mais que ficou demonstrado que não houve qualquer encaminhamento a terceiros, bem como ficou igualmente comprovado que inocorreram repasses de valores como aleivosamente sugestionado por aquele”, concluiu.

Fonte: revistaoeste

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