Via @revistaforum | O juiz federal Kleiton Alves Ferreira, que atua na 14ª Vara da Subseção Judiciária de Patos, no Sertão da Paraíba, viralizou nesta semana com um vídeo por conta da maneira simples e simpática com que trata uma senhora. Ela requeria pensão do marido, que a havia abandonado e depois, já doente, voltou pra casa.
Internautas se espantaram com a maneira direta, respeitosa e carinhosa com que o juiz, que se diz também escritor, narrador e editor de audiolivros, trata a senhora. Um deles chega a dizer que “o Judiciário pode – e deve – adotar uma linguagem simples e acessível. E pode sim ser cada vez mais humanizado”. E encerra: “Não sei quem é o magistrado, mas rendo aqui as minhas homenagens.”
Logo após o comentário, vários outros internautas fizeram questão de esclarecer que Kleiton é uma figura conhecida pela maneira como conduz suas audiências. Apaixonado por literatura, ele é assíduo nas redes sociais por comentar tanto seus audiolivros como seus casos.
Ele postou o caso em sua conta do Instagram e comentou:
“Eu amo o que faço. Não deixo por nada. Ser juiz e ser escritor. Um complementa o outro. Nas audiências, ouço histórias de vida, lapido e as reproduzo nas estórias que invento, nos romances. Um alimenta o outro.
Mas nem sempre é fácil.
Um dos momentos que mais mexem comigo são aqueles que infelizmente um história de vida e amor acaba com a morte. Na maioria, é o relato da cara-metade de um casal idoso, que superou tudo menos a finitude da vida. É triste, e se serve à reflexão: a história não acaba, ela permanece. Por isso, escreva a sua com a pessoa do seu lado da melhor forma possível. Uma história de amor, superação e dedicação, é imortal.”
A trajetória
Kleiton Alves Ferreira foi aprovado no concurso para juiz federal substituto do TRF da 2ª Região, em 2019, e empossado em novembro de 2021. Assumiu a Vara Federal de Macaé (RJ), na qual atuou até ser removido, em maio de 2022, para a 14ª Vara Federal de Patos.
O magistrado falou na ocasião sobre o novo desafio. “Me sinto muito honrado e feliz. A expectativa de voltar para mais próximo de minha terra é a melhor possível. Sou de Alagoas, mas a Paraíba é especial para mim em razão da contribuição literária e histórica que o estado tem para o Nordeste. Lins do Rego, José Américo, Ariano Suassuna, entre outros, são mestres que me inspiram, porque escrever, junto com exercer a judicatura, são as duas coisas que me realizam”.
Por Julinho Bittencourt
Fonte: @revistaforum