Após a desavença envolvendo dois sargentos da Polícia Militar, em São José do Rio Claro (295 Km de Cuiabá) que terminou na morte do 2º sargento Willian Ferreira, o comandante geral da PM de Mato Grosso, coronel Alexandre Mendes, emitiu uma nota, lamentando o ocorrido e manifestando pesar pela morte do militar.
Uma discussão entre a vítima e um 3º sargento, identificado apenas como Gabriel, terminou em briga e morte na noite deste sábado (21), dentro da sede da 18º Companhia Independente da PM do município.
Segundo informações, Gabriel aguardava o 2º sargento Willian para a troca de turno. Todavia, Willian Ferreira chegou no batalhão com aproximadamente 1 hora de atraso e bastante alterado. Na confusão, o 3º sargento sacou a arma e disparou, acertando a vítima com seis tiros no peito. Willian foi socorrido e morreu no hospital da cidade.
“É com atenção que acompanhamos desde ontem o triste episódio envolvendo dois irmãos de farda. Não apenas a PMMT está consternada, mas, principalmente, São José do Rio Claro, onde esses profissionais dedicaram suas vidas e hoje amanheceu de luto”, disse Mendes em trecho da nota.
ENTENDA O CASO – Briga entre militares dentro de batalhão termina em morte de 2º sargento da PM
Reprodução
Willian Ferreira (detalhe) morreu no hospital, após ser alvejado por seis tiros disparados por colega de farda.
HISTÓRICO DE DESAVENÇAS
De acordo com informações obtidas pela imprensa local, o 2º sargento Willian tinha um histórico de desavenças com colegas de corporação.
Documentos oficiais mostram registros de policiais militares contra o Sargento Willian Ferreira, por abuso e ameaça. Entre elas, uma denuncia do 3º Sargento Gabriel. As denúncias foram registradas na Polícia Militar e Delegacia de Polícia da cidade, entre os anos de 2015 e 2022, o que, conforme o comandante geral da PM não será descartado nas investigações.
“Tudo isso, agora povoa as redes sociais bem como foi informado pela imprensa local durante a cobertura e, certamente, será apurado pelo inquérito policial militar. Nada do que circula nas últimas horas deve ser estranho ao trabalho rigoroso da investigação”, destacou o coronel Alexandre Mendes.
Outro fator que, segundo o comandante-geral da PM de Mato Grosso, deve ser levado em consideração nas investigações, é a alta carga de estresse que envolve as profissões ligadas ao setor da segurança pública, alertando ainda aos colegas de farda e outros profissionais da área que é preciso cautela e, acima de tudo, autocontrole em todos os momentos e situações.
“(…) Resta ainda o alerta que episódios como esse sinalizam a nós, que é o devido cuidado com o ambiente de trabalho e nossa saúde mental, a nos demandar elevado autocontrole [emocional]”, enfatizou.
“Pois, considerando a carga emocional que suportamos, bem como os níveis de estresse próprios a quem está no front da segurança pública, é necessário que todos estejamos atentos, cuidando de nossa mente e relacionamentos na caserna. Mas não só. Identificando quem está no limite e precisa de ajuda, bem como aqueles que saturam negativamente os relacionamentos”, concluiu Mendes.
LEIA A NOTA NA ÍNTEGRA:
É com atenção que acompanhamos desde ontem o triste episódio envolvendo dois irmãos de farda. Não apenas a PMMT está consternada, mas, principalmente, São José do Rio Claro, onde esses profissionais dedicaram suas vidas e hoje amanheceu de luto; pasma.
Desde as primeiras informações que davam conta de um desentendimento entre dois sargentos, que culminara em disparos de um contra outro, no interior da Unidade Policial, passando posteriormente a relatos de animosidade prévia entre os dois, inclusive rusgas antigas de conhecimento comum, citações apócrifas inclusive de assédio. Tudo isso, agora povoa as redes sociais bem como foi informado pela imprensa local durante a cobertura e, certamente, será apurado pelo inquérito policial militar. Nada do que circula nas últimas horas deve ser estranho ao trabalho rigoroso da investigação.
Para além da tragédia em que nos cabe imediatamente apoiar familiares, tropa e a cidade de São José do Rio Claro, resta ainda o alerta que episódios como esse sinalizam a nós, que é o devido cuidado com o ambiente de trabalho e nossa saúde mental, a nos demandar elevado autocontrole. Pois, considerando a carga emocional que suportamos bem como os níveis de estresse próprios a quem está no front da segurança pública, é necessário que todos estejamos atentos, cuidando de nossa mente e relacionamentos na caserna. Mas não só. Identificando quem está no limite e precisa de ajuda bem como aqueles que saturam negativamente os relacionamentos.
Encerro dizendo que episódios como ocorrido expressam realidades que muitas vezes só são observadas pela própria consciência e sentimentos de quem vive, e por isso, é tão difícil sua previsão. Cuidemos agora, e curemos, a tropa e a sociedade local que perdeu, cada um à sua maneira, duas referências no combate ao crime.
Alexandre Mendes – Cel PM
Comandante-Geral da PMMT
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Fonte: unicanews