Ebrahim Raisi, presidente do Irã, morreu, aos 63 anos, depois da queda do helicóptero em que viajava, neste domingo, 19. O “carniceiro de Teerã”, como era conhecido, tinha um histórico controverso. Ele chegou a sofrer sanções dos Estados Unidos por causa de sua participação em execuções e na repressão violenta de protestos.
Além disso, Ebrahim Raisi teve envolvimento direto nas execuções em massa de prisioneiros políticos durante os anos 1980.
O iraniano consolidou sua reputação desde cedo, quando atuava como vice-procurador-geral de Teerã. Aos 25 anos, foi um dos quatro juízes dos “Comitês da Morte” em 1988 — tribunais secretos que revisaram os casos de milhares de prisioneiros políticos.
Crimes contra a humanidade
Embora o número exato de execuções seja incerto, estima-se que cerca de 5 mil homens e mulheres foram executados e enterrados em valas comuns. Esse ato é considerado um crime contra a humanidade.
Ebrahim Raisi negou seu envolvimento direto. No entanto, alegou que as sentenças foram justificadas por uma lei islâmica estabelecida pelo então líder supremo, aiatolá Ruhollah Khomeini.
Em 2018, veio à superfície uma gravação de 1988 que mostra o aiatolá Hossein Ali Montazeri descrevendo as execuções como “o maior crime da história da República Islâmica”.
Sanções e acusações internacionais contra o presidente do Irã
Em 2019, o então presidente norte-americano, Donald Trump, acusou o líder do Irã de supervisionar a execução de menores e de reprimir violentamente os protestos do Movimento Verde. Esse fato ocorreu depois das eleições presidenciais de 2009.
Ebrahim Raisi também colaborou com os serviços de segurança na repressão aos dissidentes políticos. Além disso, acusou os iranianos com dupla nacionalidade ou residentes no exterior de espionagem.
Fonte: revistaoeste