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Jovem foge do Talibã durante 10 anos, disfarçada de menino: uma história incrível e inspiradora

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, uma menina que cresceu no Afeganistão durante o domínio do grupo terrorista Talibã (1996-2001), passou dez anos de sua vida disfarçada de menino. A intenção era fugir da , que limita ações a serem desenvolvidas por mulheres.

O pai de Nilofar cortou o cabelo da moça e pediu que a mãe a vestisse de menino. Por anos, ela viveu sem saber, por exemplo, que mulheres menstruam. Os documentos de identidade indicam que ela é de 1993, quando, na verdade, nasceu em 1996.

Essa era a forma que os pais da afegã encontraram para que ela começasse a estudar mais rapidamente, depois de a intervenção dos Estados Unidos (EUA), em 2001, derrubar o governo Talibã.

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Segundo o portal g1, Nifolar morava em Kunduz, no do Afeganistão. Ela brincava na rua como qualquer menino, mas sempre disse se sentir diferente. Enquanto tinha aulas de karatê e e podia andar de bicicleta, as irmãs dela tinham a vida típica de uma mulher em Kunduz: ficavam em casa, se ocupavam em silêncio e fora da vista dos homens.

“Nunca me conectei com minhas irmãs”, disse Nifolar. “Nunca entendi como era o mundo delas. Eu nem sabia que as meninas menstruavam.”

Repressão do Talibã

O regime do talebã impõe a lei Sharia, que suprime os direitos das mulheres | Foto: Reprodução/FreepikO regime do talebã impõe a lei Sharia, que suprime os direitos das mulheres | Foto: Reprodução/Freepik
O Regime Do Talibã Impõe A Lei Sharia, Que Suprime Os Direitos Das Mulheres | Foto: Reprodução/Freepik

Depois da intervenção dos EUA em virtude do ataque do 11 de setembro de 2001, a queda dos terroristas do Talibã permitiu que as mulheres recebessem educação nas escolas. Desde então, Nifolar assumiu publicamente ser uma mulher.

Ela criou um grupo chamado “Meninas do Norte”, cujo objetivo era educar as meninas nas escolas sobre coisas que não eram ensinadas, como a puberdade.

A moça se casou em 2016, aos 19 anos, e ainda realizou um mestrado. Disse que seu marido era um apoio depois da morte de seu pai, em 2015. Nifolar se tornou empreendedora de moda, móveis e design de interiores, para dar emprego a mulheres sem apoio financeiro de um homem. No auge, a empresa dela contava com 300 funcionários e diversas lojas.

Volta do Talibã provoca de suicídios entre mulheres no Afeganistão

Apesar do financeiro que a família de Nifolar tinha no Afeganistão, tudo mudou a partir de 15 de agosto de 2021. O Talibã ganhava terreno há algum tempo e, naquele mês, conquistou a capital Cabul.

Desde a volta do grupo terrorista ao comando do Afeganistão, o país enfrenta uma de saúde mental e onda de suicídio entre as mulheres.

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O Talibã destituiu , então presidente do país, e assumiu o poder depois de mais de 20 anos. Hoje, é uma das poucas nações onde mais mulheres se suicidam do que homens.

Nesse contexto, Nifolar teve de fugir do país. Depois de alguns percalços, conseguiu ir para a Polônia com a ajuda de um jornalista. Nunca mais viu sua mãe e irmãs. Hoje, a família da afegã vive novamente sob o domínio Talibã.

Ela visitou a , a Alemanha e os EUA para participar de conferências sobre direitos humanos e a situação das mulheres em seu país de origem. Continua a apoiar organizações que ajudam mulheres desfavorecidas.

Leia também: “Apologia ao terrorismo”, reportagem de José Carlos Sepúlveda da Fonseca publicada na Edição 186 da Revista Oeste

Fonte: revistaoeste

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