O Brasil optou pela abstenção em uma votação realizada na quarta-feira 6 na Organização Internacional do Trabalho (OIT). Desse modo, o governo Lula não condenou o regime de Belarus por violações dos direitos trabalhistas.
Na pauta de votação estava a prisão de líderes sindicais. Por 41 votos, o governo de Belarus foi condenado pelo comitê da OIT por violações dos direitos trabalhistas. Dois votos foram contra a proposta, enquanto outros quatro optaram por se abster, entre eles o Brasil.
Depois de quase 20 anos de debates e inquéritos sobre o tratamento dado pelo regime de Belarus a trabalhadores, foi decidido que o país seria colocado no grau mais elevado de pressão.
Comissões de Inquérito foram estabelecidas, e nem assim o governo local atendeu às recomendações da OIT. Diante da falta total de diálogo, a proposta submetida era condenar Belarus, o que pode culminar no afastamento ou mesmo na exclusão do país da OIT.
Com trabalhadores detidos e exilados, a situação mobilizou sindicatos de todo o mundo. Entre os detidos estão líderes sindicais, como Aliaksandr Yarashuk, Siarhei Antusevich e Iryna But-Husaim.
No caso brasileiro, os representantes dos trabalhadores votaram pela condenação, num gesto de solidariedade aos sindicalistas presos e exilados. Por ser uma entidade composta de governos, trabalhadores e empregadores, as votações incluem as autoridades, os sindicatos e entidades patronais.
Para a diplomacia brasileira, a abstenção evita que o país adote uma posição que futuramente poderia afetar sua imagem em uma eventual negociação entre russos e ucranianos. A Rússia, de Vladimir Putin, apoia o regime de Belarus.
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Fonte: revistaoeste