A marca de sabonete e de outros produtos de higiene Dove acusou os maquiadores do ator Brendan Fraser, em A Baleia, de “fat suits”, termo que significa usar “uma fantasia de gordo”, ou uma espécie de “apropriação de gordura”, como a chamada “apropriação cultural”. A Baleia ganhou o Oscar de melhor cabelo e maquiagem, e Fraser, de melhor ator.
Para a Dove e outros críticos, o filme deveria ter optado por um ator obeso e não fazer com que uma pessoa usasse roupas e enchimentos equivalentes a 130 quilos, como ocorreu com Fraser, no filme.
“Pare de dar prêmios de ‘fat suits’‼️ Queremos uma melhor representação em Hollywood”, escreveu a marca, em sua conta no Twitter.
Stop giving fat suits awards ‼️ We want better representation in Hollywood. #LetsChangeBeauty
— Dove (@Dove) March 13, 2023
Houve quem apoiasse a “causa” da Dove. Entretanto, a maioria dos comentários era com um tom crítico à postagem. Muitos recomendaram que a empresa continue a fazer sabonetes (ou reclamaram da qualidade dos produtos). Outros rebateram a acusação da Dove.
“Então você quer que as pessoas ganhem por causa de sua identidade, e não por sua capacidade de atuação”, escreveu Brandon Morse. Em outro comentário, o internauta pergunta: “Se eu fizer um filme sobre um rei, isso significa que só posso escalar um rei real para fazer o papel?”.
Outro internauta, Frank Henderson, deu uma explicação básica sobre atuação: “Os atores sempre foram maquiados e usaram trajes para retratar um personagem. O traje é uma ferramenta para um grande ator fazer exatamente isso. E é isso.”
Depois da polêmica do filme, Fraser e o diretor, Darren Aronofsky, disseram que a intenção nunca foi banalizar a obesidade e torná-la “uma fantasia”. “Não sou um homem pequeno. E eu não sei qual é a métrica para se qualificar para desempenhar o papel. Só sei que tive de fazer uma performance a mais honesta possível”, declarou o ator, no lançamento do filme, no Reino Unido.
“Não há como escalar alguém para fazer esse trabalho, então tivemos de criar e usar maquiagem para chegar lá”, acrescentou Aronofsky. “O filme é sobre trazer empatia a dois personagens pelos quais você não espera sentir.”
Fonte: revistaoeste