O ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, resolveu confiscar os bens da Associação da Companhia de Jesus no país. Além disso, ele baniu o estatuto jurídico da instituição então mantida pelos jesuítas. A decisão foi publicada nesta semana no La Gaceta, jornal oficial do país.
A decisão do ditador nicaraguense ocorre apenas uma semana depois de ele ter ordenado o confisco da Universidade Centro-Americana (UCA). A instituição de ensino foi administrada durante 60 anos pela ordem religiosa.
Para o lugar da UCA, Ortega criou a Universidade Nacional Casimiro Sotelo Montenegro (nome de um conhecido guerrilheiro) nas instalações do antigo centro de ensino jesuítico. A iniciativa partiu do Conselho Nacional de Universidades (CNU), entidade subordinada ao ditador.
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A ditadura considerou a instituição jesuítica como um “centro de terrorismo”. Além disso, a política local alegou que a dissolução da ordem aconteceu pela entidade não declarar suas demonstrações financeiras de 2020, 2021 e 2022.
O ditador Daniel Ortega, que está no poder há 14 anos, segue com a perseguição a católicos e suas instituições, mesmo sob críticas e pressão internacional.
Amizade entre Lula e Ortega
A relação de proximidade entre o presidente Lula e Daniel Ortega é conhecida mesmo antes dos debates da campanha eleitoral do ano passado do Brasil. O petista e sua equipe procuram abrandar as críticas dirigidas ao ditador nicaraguense.
Em junho deste ano, o governo brasileiro apresentou um texto à Assembleia-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA, na sigla em inglês) pedindo a retirada de diversos trechos que tratam o regime como uma ditadura.
O texto original da OEA cita a “profunda preocupação” com os relatórios da Comissão Interamericana de Direitos Humanos sobre a repressão no país. Ainda no texto, os países da OEA pedem para “cessar” os atos violentos contra os cidadãos nicaraguenses, assim como “restabelecer” os direitos civis e “acabar” com a intimidação de jornalistas e religiosos.
O governo Lula cita, por exemplo apenas “supostas” violações de direitos humanos na Nicarágua.
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Fonte: revistaoeste
