Veja porque somos contrários à pena de morte! Condenado a quatro séculos de prisão por engano, um homem, que cumpriu 34 anos da pena, provou sua inocência, foi libertado e mesmo com tudo o que passou, ele jura que não tem rancor.
Sidney Holmes, hoje com 57 anos, sempre negou participação em um tiroteio, mas jamais acreditaram nele. Livre das grades, ele mal conseguia falar de tanta emoção: “É impressionante. Não consigo colocar em palavras”, disse.
Ele afirmou que a fé o ajudou a não ter mágoa nem ressentimento pela injustiça que sofre. Sidney foi solto depois que uma nova investigação do caso pelo estado da Flórida, nos Estados Unidos, determinou que ele era, de fato, inocente de qualquer assalto à mão armada.
“Não posso ter ódio”
Aos 57 anos, Sidney disse que a fé o ajudou a suportar quase três décadas e meia na prisão. “Com a fé cristã que tenho, não posso ter ódio. Eu só tenho que seguir em frente”, afirmou.
Em 1988, Sidney foi acusado de cometer um assalto à mão armada no Condado de Broward, Flórida. Apesar de se declarar inocente, o procurador do estado o condenou a uma extensa pena de prisão.
Em 1989, ele recebeu a sentença final, que foi apenas metade dos 825 anos que o promotor Peter Magrino havia pedido para Holmes: “O motivo da minha recomendação e por um número excessivamente alto de anos é garantir que ele não saia da prisão enquanto estiver respirando”.
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A injustiça
Acusado de ser o motorista de dois homens não identificados que cometeram o roubo, ele foi condenado por um júri em abril de 1989 e sentenciado no mês seguinte, segundo o Ministério Público do Estado.
“Um estranho conjunto de circunstâncias” levou Holmes a se tornar um suspeito, disse o Innocence Project of Florida: Uma das duas vítimas descreveu um carro usado no roubo como um Oldsmobile Cutlass marrom com capota bege e um buraco no porta-malas.
Semanas depois, o irmão da vítima viu um Cutlass marrom dirigindo por uma estrada e relatou o número da placa às autoridades. Aquele carro foi registrado em nome de Holmes, disse o Innocence Project.
Holmes tinha um álibi e seu carro apresentava diferenças importantes em relação ao veículo dos perpetradores, disseram seus advogados.
“Não havia nenhuma evidência física ou científica, nem qualquer testemunha que corroborasse, ligando o Sr. Holmes ao crime”, de acordo com o Projeto. Holmes foi identificado por uma das vítimas em uma segunda linha de fotos – apesar de não ter sido identificado durante uma linha inicial, diz a declaração dos advogados.
Justiça demorou
Após décadas de injustiça, a Unidade de Revisão de Condenações finalmente descobriu que não havia nenhuma evidência ligando Sidney ao crime. Também foi revelado durante o caso que os policiais envolvidos na investigação inicial ficaram surpresos com o tamanho da pena.
O caso de Sidney pode ser apontado como um em vários baseados em condenações injustas sustentadas em erros de identificação, confissões falsas e falhas de informações, segundo especialistas.
De acordo com o Registro Nacional de Exoneração desde 1989, mais de 29.100 anos de condenações foram “perdidos” na prisão devido a “condenações injustas” que foram descobertas até agora, de acordo com o registro.
“Todos nós fomos criados para acreditar que nosso sistema é um ótimo sistema que funciona bem, que identificamos as pessoas certas, condenamos as pessoas certas, damos às pessoas as sentenças certas”, disse a advogada Marissa Boyers Bluestine, diretora assistente do Quattrone Center for the Fair Administration of Justice.
Em seguida, a advogada ressaltou: “Foi um despertar muito difícil para muitas pessoas perceberem que nem sempre é esse o caso”.
Com informações do ABC News
Fonte: sonoticiaboa