“É na escuta que o amor começa. E é na não-escuta que ele termina” – Rubem Alves
O escritor Rubem Alves fez inúmeras contribuições à sociedade, pois também foi um grande educador, teólogo e pastor brasileiro. Através de suas palavras, ele é capaz de propor reflexões e trazer sabedoria, mesmo depois de sua morte.
No livro O amor que acende a Lua, ele comenta sobre a importância da escuta em um relacionamento.
“O que as pessoas mais desejam é alguém que as escute de maneira calma e tranquila. Em silêncio. Sem dar conselhos. Sem que digam: ‘Se eu fosse você…’ A gente ama não a pessoa que fala bonito, e sim a pessoa que escuta bonito. A fala só é bonita quando ela nasce de uma longa e silenciosa escuta. É na escuta que o amor começa. E é na não-escuta que ele termina”.
O autor continua: “Não aprendi isso nos livros. Aprendi prestando atenção. Todos reunidos alegremente no restaurante: pai, mãe, filhos, falatório alegre. Na cabeceira, a avó, com sua cabeça branca. Silenciosa. Como se não existisse. Não é por não ter o que dizer que não falava. Não falava por não ter quem quisesse ouvir. O silêncio dos velhos. No tempo de Freud as pessoas procuravam os terapeutas para se curarem da dor das repressões. Aprendi que hoje as pessoas procuram os terapeutas por causa da dor de não haver quem as escute. Não pedem para ser curadas de alguma doença. Pedem para ser escutadas. Querem a cura para a dor da solidão”.
Essas reflexões nos fazem pensar a respeito de , nos quais cada um está cada vez mais concentrado em si mesmo, mais interessado apenas em falar e não em realmente ouvir o outro.
Mesmo em momentos cotidianos, quantas vezes deixamos de dar atenção a um familiar ou amigo que nos contava alguma coisa?
É interessante pensar que em algo ou alguém. Nossa concentração dura cada vez menos tempo e está focada em nos afirmarmos. A presença física deixou de ser importante, é muito mais interessante rolar o feed do que ter uma conversa animada em um jantar ou com os amigos.
Os efeitos da escuta ativa nos relacionamentos
A escuta ativa consiste em realmente estar atento ao que acontece ao nosso redor, é se dedicar a ouvir com atenção o que o outro está nos dizendo, tentando entendê-lo de verdade. Isso gera um forte vínculo entre as pessoas e consequentemente traz grandes benefícios a qualquer tipo de relacionamento.
Dicas para criar o hábito da escuta ativa
1. Aprenda a escutar o outro
Esse exercício é simples e rápido, mas traz enormes benefícios. Consiste no seguinte: peça para alguém próximo contar sobre algum tema específico, enquanto você apenas o ouve, sem falar absolutamente nada. A única forma permitida de interação é através das expressões corporais.
Em seguida os papéis são trocados e após a dinâmica ambos de ser ouvido pelo outro, se de fato sentiram que receberam atenção.
2. Concentre-se em tentar compreender o outro, e não fazer julgamentos
Muitas vezes, ao ouvir outra pessoa, em vez de prestar atenção aos sentimentos dela e sermos empáticos, simplesmente adotamos uma postura de julgamento de valor. Isso nos faz perder a chance de aprender coisas novas e evoluir como seres humanos.
A seguir, mostramos algumas perguntas que têm como objetivo nos ajudar a focar no que o outro está dizendo, sem partir para julgamentos:
- Sou capaz de ouvir o outro sem interromper?
- Sou capaz de apenas escutar o que está sendo dito, sem fazer nenhum tipo de julgamento?
- Em vez de oferecer conselhos, sou capaz de apenas ouvir?
- Sou capaz de manter a seriedade sem desestimular o outro através de palavras ou gestos?
3. Esteja atento, mas de forma natural
Não é necessário manter uma atenção exagerada em relação a outra pessoa, por exemplo, olhando fixa e diretamente para ela o tempo todo. Aja de forma natural, o mais importante é ouvir o que ela tem a dizer.
Uma conexão verdadeira nas relações deve ser sempre priorizada, todos nós podemos . Além disso, às vezes tudo o que precisamos é sermos ouvidos com amor e atenção, o que só é possível quando existe o hábito da escuta ativa.
Fonte: melhorcomsaude