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Chuvas no Litoral Norte de SP: Descubra os 5 pontos essenciais que não dá mais para ignorar

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Mais um evento extremo deixa vítimas no Brasil. Um ano após a tragédia climática de Petrópolis, chuvas fortes causaram deslizamentos de terra e inundações no Litoral Norte de São Paulo, principalmente na cidade de . Até o momento, 54 pessoas morreram, dezenas seguem desaparecidas e mais de 2 mil ficaram desalojadas. O corpo de outras tantas, incluindo de crianças, continuam sem identificação no IML. Não é a primeira vez que algo do tipo acontece e, definitivamente, não será a última. Aonde estamos errando?

1. Eventos extremos são tragédias anunciadas

A Defesa Civil, a Prefeitura de São Sebastião e o Governo de São Paulo foram alertados pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais sobre a possibilidade de chuvas estrondosas no Litoral Norte do estado. O aviso foi dado dois dias antes da fatídica madrugada de sábado (18). A popualação garante que não recebeu nenhum comunicado.

“Nós conseguimos fazer a previsão com 48 horas de antecedência, inclusive, dando a localização do desastre”, disse Osvaldo Moraes, diretor do Cemaden, ao portal g1.

Em 2022, a Defesa Civil de Petrópolis também foi avisada da possibilidade de temporais e deslizamentos de terra na região. “O governo do Rio de Janeiro deveria ter evacuado [as áreas de alto risco] quando recebeu o alerta de risco de desastre”, disse Paulo Artaxo, professor titular do Instituto de Física da USP e vice-presidente da Academia de Ciências do Estado de São Paulo.

Um ano depois, as áreas mais afetadas da cidade serrana (aquelas mais vulneráveis a desastres do tipo, ocupadas por pessoas mais pobres) seguem intactas e debaixo de lama. Nenhum plano de contenção de novas tragédias foi traçado.

2. É impossível falar de mudanças climáticas sem abordar o racismo ambiental

Garrafas de água sendo vendidas a R$ 90, empresários desembolsando até R$ 40 mil para deixar o Litoral Norte em táxis aéreos, funcionários não conseguindo chegar ao trabalho por causa dos deslizamentos e ao menos 30 mortos somente na Vila Sahy, em São Sebastião. Reparou como a maioria dos afetados pelas chuvas é pobre? E sabe quem faz parte da população pobre no Brasil? Em sua maioria, mulheres, negros, pessoas com baixa escolaridade e trabalhos precários, segundo levantamento do IBGE realizado em 2019. É a população pobre que está mais vulnerável e já sente hoje as consequências do aquecimento global – não é o morador do condomínio de luxo que agride profissionais da Imprensa ou o bonzão que consegue fretar um helicóptero para fugir da zona de perigo.

3. Crise climática é caso de saúde pública

E caso de saúde pública é política. Nos últimos cinco anos, desde o governo de Michel Temer, a verba destinada para investimentos que visam justamente conter essas tragédias causadas por eventos extremos foi reduzida de R$ 3 bilhões para R$ 1 bilhão. Fora todas as antipolíticas públicas ambientais que presenciamos nos últimos anos, que compactuam com o aquecimento global, e a forte onda negacionista, que também impacta questões climáticas.

4. É sobre moradia, que é um direito básico

A encosta da Vila Sahy, em São Sebastião, foi uma das áreas mais afetadas pelas chuvas. Em 2009, o local foi “congelado”, ou seja, foi acordado entre a Prefeitura de São Sebastião e o Público de São Paulo que não seria mais possível construir novas casas no lugar – uma vez que ele é uma região de alto risco, em plena Serra do Mar.

Contudo, nenhum tipo de fiscalização ou regulamentação da área foi feito e, em 2021, o MPSP entrou com uma ação. Mais uma vez, nada saiu do papel.

 

A questão fundiária é muito séria no Brasil. Na teoria, moradia é um direito assegurado pela Constituição. Na prática, tivemos um aumento de 31% de moradores de rua em SP durante a pandemia. O desemprego foi a maior causa.

Para aqueles que não querem virar sem-tetos, uma saída é se instalar em regiões periféricas, onde o custo de é mais baixo. Essas regiões, entretanto, são as mais vulneráveis e, mais uma vez, é a população pobre que está mais suscetível a desastres ambientais.

Em cidades turísticas, normalmente, os moradores vivem em áreas de risco e há um crescimento de moradias nessas regiões, uma vez que as pessoas vão em busca de ofertas de emprego. As casas de veraneio, na maioria das vezes, são construídas em áreas mais e seguras – quando não avançam sobre o mar, o que causa um desequilíbrio daquele ecosistema.

Quando falamos de indígenas, principalmente de povos que vivem em comunidades mais afastadas, a vulnerabilidade também vem da falta de fiscalização e regulamentação de território. Ou seja, de políticas públicas pensadas para aquela parcela da população, que fica também mais suscetível a doenças até então erradicadas, trazidas por pessoas de fora, como garimpeiros, e pela destruição da terra.

5. Já passou da hora de agirmos

Discurtir o tema é muito importante – e é justamente o que estamos fazendo aqui -, mas é preciso sair do campo das ideias e usar essas discussões para cobrar atitudes daqueles que estão no . Não dá mais para ficar falando para convertidos ou achar que somente palavras vão mudar alguma coisa.

A seguir, você confere um vídeo que gravei abordando todas essas questões levantadas aqui na . Se gostar do conteúdo, não deixe de curtir e compartilhar nas suas redes sociais. É muito importante! ✨

Fonte: capricho

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