Em 2022, o Brasil teve o menor número de pessoas filiadas a sindicatos da série histórica iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e, em uma década, 5,3 milhões de pessoas deixaram de ser sindicalizadas.
Esses dados fazem parte do módulo Características Adicionais do Mercado de Trabalho 2022 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgado nesta sexta-feira, 15, pelo IBGE.
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A pesquisa mostra que 9,1 milhões de pessoas estavam sindicalizadas no ano passado, o que corresponde a 9,2% das 99,6 milhões de pessoas ocupadas. Há dez anos, em 2012, o número de sindicalizados era de 14,4 milhões, o que correspondia a 16,1% das pessoas com ocupação.
Segundo o IBGE, todas as grandes regiões tiveram redução de sindicalizados em 2022. A maior queda de filiados a sindicatos foi no Sul (11%). Em seguida, estão o Nordeste (10,8%), o Sudeste (8,3%), o Norte (7,7%) e o Centro-Oeste (7,6%).
Queda de filiação a sindicatos se acentuou a partir de 2016
Segundo a coordenadora de pesquisas por amostra de domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, a queda de pessoas sindicalizadas ficou evidente a partir de 2016. “A redução na população sindicalizada acentuou-se a partir de 2016, quando a queda da sindicalização foi acompanhada pela retração da população ocupada total”, disse Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas por amostra de domicílios do IBGE.
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Nessa época, sob o governo de Dilma Rousseff (PT), o país enfrentou uma séria crise financeira e o desemprego passou de 15%. A tendência de queda permaneceu a partir de 2017, com a saída do PT do governo federal. “A partir de 2017, embora com a população ocupada crescente, o número de trabalhadores sindicalizados permaneceu em queda.”
Adriana também disse que apesar do crescimento da população empregada a partir de 2017, não houve aumento da cobertura sindical. “Isso pode estar relacionado a diversos elementos, como aprofundamento das modalidades contratuais mais flexíveis introduzidas pela reforma trabalhista de 2017, formas independentes de inserção dos trabalhadores na produção em alternativa à organização coletiva, e o uso crescente de contratos temporários no setor público”, analisou.
Fonte: revistaoeste