Você já deve ter ouvido falar da epigenética, certo? O termo é usado para se referir a mudanças hereditárias na expressão gênica que não envolvem alterações na sequência do DNA, mas sim modificações químicas em DNA e proteínas associadas.
Essas modificações podem afetar como os genes são ativados ou desativados, e uma maneira de modular esse mecanismo é através de estratégias com suplementos, medicamentos e hábitos.
Os hábitos, como os exercícios físicos regulares, já são marcados pela ciência como reguladores da epigenética, isso é indiscutível. A cada dia que passa, novos estudos correlacionam a atividade física e outros hábitos como sendo os principais parceiros da longevidade, regulando como nosso DNA será expresso, podendo ativar ou desligar possíveis patologias relacionadas ao genótipo e fenótipo de cada indivíduo.
Para você ter uma noção, o exercício físico regular modula nossa epigenética pois inclui mudanças nas marcas de acetilação e metilação em genes relacionados ao metabolismo e à saúde cardiovascular, por exemplo; a dieta, através de nutrientes específicos como a B12, B6, vitamina C; recentemente descobertos e muito estudados, os isotiocianatos se envolvem com a epigenética através da acetilação das histonas ou metilação do DNA.
Um bioativo muito conhecido por quem ama sushi, e agora mais do que nunca através de estudos relacionando o seu composto isotiocianato —responsável por seu sabor picante e forte—, é o wasabi, uma raiz forte especifica, chamada Wasabia japonica, nativa do Japão.
O wasabi é um dos maiores fornecedores desse composto bioativo isotiocianato, e por isso está sendo relacionado a estudos que o envolvam nos processos de modulação epigenética, no que diz respeito à longevidade, devido à proteção e saúde do DNA durante a vida.
Não somente no wasabi, é possível encontrar esse composto em brócolis, mostarda, couve e couve-flor, porém em menores concentrações.
Como ele funciona?
Esses compostos têm despertado interesse devido às suas potenciais propriedades anticancerígenas e antioxidantes, além disso, os isotiocianatos têm sido estudados por suas atividades antimicrobianas e anti-inflamatórias.
Algumas pesquisas mostram que os isotiocianatos podem inibir enzimas chamadas HDACs (Enzimas Histona Desacetilase), que estão envolvidas na remoção de grupos acetil de histonas. A acetilação das histonas geralmente está associada à ativação da expressão gênica, então a inibição das HDACs pode levar a um aumento na acetilação, potencialmente ativando genes que regulam o crescimento celular e a diferenciação.
Como mencionei antes, na epigenética podemos trabalhar tanto na acetilação das histonas como na metilação do DNA, e os isotiocianatos estão sendo relacionados exatamente a isso. A metilação do DNA é uma modificação epigenética que envolve a adição de grupos metila a certas regiões do DNA, influenciando a expressão gênica. Os isotiocianatos podem afetar a atividade de enzimas envolvidas nesse processo.
Um ponto interessante a ser lembrado é que o estresse oxidativo é muito deletério à saúde, e não poderia ser diferente no caso da saúde do DNA. O estresse oxidativo pode afetar a regulação epigenética, e os isotiocianatos têm propriedades antioxidantes que podem ajudar a proteger as células contra danos oxidativos.
O isotiocianato específico encontrado no wasabi é conhecido como isotiocianato de alila (também chamado de 6-MSITC), porém são liberados apenas quando a raiz é cortada ou ralada, transformando seus glucosinolatos em isotiocinatos.
Para que seja efetiva a suplementação, ou com os benefícios de maior concentração, o ideal é que o consumo seja feito através da planta original —e não da mistura feita com sabor wasabi, que infelizmente é vendido em muitos locais, sendo um produto a base de outra raiz-forte e corantes— ou então da manipulação magistral, aqui no Brasil já é possível encontrar a suplementação com o ativo wasabi gene.
Esse é mais um avanço nas descobertas de como oferecer ativos potentes para nossa saúde, potencializando-os através de hábitos. E vale lembrar que toda suplementação deve ser feita com o acompanhamento de um profissional. Busque um profissional apto a trabalhar com formas magistrais e fitoterapia.
Fonte: uol