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O estresse diário: como afeta seu corpo e quais são seus impactos.

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Os últimos tempos não têm sido fáceis, principalmente para quem sofre de ansiedade. O estresse a que somos submetidos tanto na nossa rotina habitual, do dia a dia, enfrentando nossos próprios problemas, já é alto. Porém, somado aos momentos a que somos mergulhados pelas noticias, enfrentando de olhos abertos as guerras, massacres, os grandes eventos na humanidade, esse estresse se torna crônico no nosso corpo. Não há como evitar, o que conseguimos fazer é apenas enfrentar.

O processo de enfrentamento desse estresse é diferente para cada individuo, alguns saberão controlar e contornar certas situações, outros não serão tão efetivos.

Em uma busca constante pelo tal equilibro, é comum o desgaste, afinal estamos na corda bamba, alguns dias mais tensos e outros nem tanto. O desgaste do dia a dia, e desse estresse constante que recebemos muitas vezes de forma indireta através das publicações na internet, na televisão que ficou ligada, no grupo de mensagens que enviou links ou vídeos com noticias ruins, afeta a todos, sem exceção.

Você pode não perceber, mas talvez o estresse já esteja afetando seu corpo fisicamente, com sinais importantes de que o desequilíbrio já está instalado.

Separei os pontos mais cruciais de que o estresse está atacando seu corpo, mas entenda: o estresse é uma resposta natural a vários sistemas do nosso corpo, ele não é o vilão principal. O desequilíbrio entre o estresse a que nos submetemos e a que somos bombardeados diariamente causará um desequilíbrio. E nesse desequilíbrio, a doença se instala.

Em geral, o estresse é benéfico, ele regula as alterações que o seu corpo terá como resposta aos eventos adversos do dia a dia. Ele ajuda na regulação natural de como o seu corpo restabelecerá o equilíbrio das coisas, desde a resposta do sistema imunológico até manutenção contra radicais livres. Novamente: é no estresse crônico, no estresse instalado de forma desequilibrada no seu organismo, que uma doença cria ambiente para se desenvolver.

Como o estresse afeta seu corpo

Começamos com o estimulo, que geralmente é visual. Através da nossa visão, um estímulo exacerbado de medo ou estresse é liberado na amigdala, e é através dela e o estimulo a que ela é atingida, outras estruturas cerebrais também responderão ao estresse. Um deles, muito conhecido, é a liberação de cortisol através da glândula pituitária e das glândulas adrenais.

Em situações de estresse, a produção de cortisol pode ultrapassar o limite natural de sua liberação gradual ao longo do dia. Isso é bem conhecido como a situação de luta e fuga que tanto se debate hoje em dia. Seu corpo, com essa descarga, começa a adaptar estruturas e sistemas para que se prepare a uma situação de risco, de resposta imediata.

O que sabemos é que isso não está acontecendo, você não está o dia todo e todos os dias, literalmente, enfrentando um leão na savana. Sim, em termos populares, todo mundo enfrenta vários leões, mas são situações que não envolvem você sair correndo e enfrentar uma luta física até suas energias acabarem.

As situações a que estamos enfrentando, tal como se fossem “um leão por dia”, geralmente são constantes, frequentes e na postura sentada. Não há movimentação física. É você frente a uma televisão, um celular, uma reunião, e a um palmo de distância, geralmente, de comidas de baixo valor nutritivo.

Sem o desgaste físico a que o seu corpo se prepara para enfrentar na tal luta e fuga, todo aquele emaranhado de estímulos feitos terão que ser reorganizados. O porém: não há tempo para resolver essa primeira descarga, que logo outras nos atropelam.

É estresse em cima de estresse.

Após essa liberação do cortisol e de outras substâncias ligadas ao estresse, o seu corpo irá acelerar batimentos cardíacos e liberar adrenalina e potencial de ação em toda musculatura —seus músculos se preparam para fazer força ou correr.

Seu estomago —assim como todo sistema gastrintestinal— reduz atividade digestiva e, como resposta aguda, você pode ter vômitos e diarreia, mas no crônico, isso acaba afetando o modo como todo o trato gastrintestinal irá funcionar. Não é incomum que pessoas sob estresse intenso comecem a relatar intestino preso ou fezes amolecidas e de evacuação alterada, assim como aumento de queixas de síndrome do intestino irritável, intolerâncias alimentares (visto que a alteração da microbiota e o somatório de hábitos ou uso de medicamentos afeta diretamente a nossa absorção de nutrientes também).

O nosso sistema imunológico fica sobrecarregado, aumentando os riscos de inflamações crônicas se instalarem, já que não consegue dar conta de reduzir os níveis de estresse oxidativo, radicais livres e do excesso de substâncias que são relacionadas ao estresse crônico.

O estresse também afeta a atividade pancreática, aumentando os riscos de diabetes, causa uma hiperestimulação e secreção de insulina, levando a doenças crônicas.

Na pele, eczema, acne, dermatites, desequilíbrio da microbiota da pele e surtos de irritação aleatória.

Estar atento aos sinais de que seu corpo está enfrentando grandes descargas de estresse ajuda a buscar maneiras de reduzir os efeitos que ele traz ao seu organismo.

Eu costumo dizer aos meus pacientes que infelizmente não temos como controlar muitas coisas no mundo lá fora, mudar a perspectiva ou a situação de vida que nos encontramos, não temos controle sobre muitas coisas que nos causam esse estresse. Mas temos controle sobre o que fazemos para que o nosso corpo consiga enfrentar essa descarga de estresse diário. Podemos ajudar nosso corpo a reduzir esses efeitos de forma efetiva.

Mudar hábitos, buscar ajuda profissional para melhorar a alimentação, usar suplementação adequada, como os fitoterápicos que auxiliam na redução dos radicais livres, e aumentar o consumo de antioxidantes é um bom caminho.

Fonte: uol

Sobre o autor

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Carlos Miranda

Business consultant | Gastronomo | Chef Executivo | Pitmasters | Chef proprietário OSSOBUCO Outdoor Cooking