A gente sabe que precisa beber alguns litros de água por dia para ajudar na saúde. Como muitos passam diversas horas da vida na mesa do trabalho, é comum ter um copo ou garrafinha por perto para se manter hidratado. A intenção é boa, mas o tiro pode sair pela culatra.
Uma pesquisa publicada em 2019, por exemplo, constatou que existem mais de um milhão de bactérias apenas no bocal da garrafa. Se você está lendo essa reportagem ao lado da sua, pode se levantar para lavá-la.
O que você leva à boca
Para o estudo, foram analisados diferentes tipos de garrafas de empresas da cidade de Campinas, interior de são Paulo.
Em apenas uma das garrafas, foram encontrados 17,5 mil bactérias e 1.980 fungos na parte interna, além de 1.152.000 bactérias e 8.310 fungos no bocal.
A concentração era tão grande que nem mesmo a higienização eliminou os micro-organismos.
Na segunda análise, após a limpeza, ainda tinham mais de 100 mil bactérias e 100 fungos no recipiente.
Os dados são da pesquisa de Rosana Siqueira, microbiologista da Faculdade de Biomedicina da UniMetreocamp. A coleta dos objetos foi feita no final de março de 2019 e as análises terminaram no início de abril do respectivo ano.
Riscos também incluem o corpo
Seu organismo pode lutar contra esses micro-organismos se estiver saudável e se estiverem em quantidades moderadas. Porém, a alta concentração de bactérias pode causar mal-estar, náuseas, indisposição, dor de garganta e se o seu sistema imunológico não estiver forte o suficiente, pode levar a contaminações mais graves, como intoxicação alimentar ou infecção pulmonar.
Os cientistas afirmam que a alta concentração acontece por falta de higiene, uma vez que os funcionários costumam deixar as garrafas sempre na mesa e só enchê-las, sem lavar, o que contribui para o acúmulo e proliferação de bactérias e fungos.
Cuidados simples são suficientes
Lembre-se de limpar todos os dias ou ao menos antes e depois dos finais de semana sua garrafinha. “A limpeza deve ser feita com água e sabão. Para higienizar dentro, utilize uma escova (aquelas usadas para mamadeiras). Para o bocal, o ideal é esfregar bem com o lado macio de uma esponja”, aconselha a microbiologista Rosana Siqueira. “Antes de guardar, seque bem, porque a umidade é um dos fatores que ajudam no acúmulo de micro-organismos”, completa.
Tem mais: água mantida em garrafas já abertas, levadas à boca e esquecidas por mais de três horas dentro de carro ou mesa do trabalho, não é segura. Há risco de contaminação por bactérias e crescimento de algas e fungos quando exposta ao calor e à luz solar.
Por isso, também não tome nem compre água de procedência duvidosa. Escolha embalagens de marcas conhecidas e livres de BPA (bisfenol-A), composto tóxico usado em plásticos e identificado pelos números 3 e 7.
*Com informações de reportagens publicadas em 10/04/2019 e 20/01/2022
Fonte: uol