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Como superar a seletividade alimentar: Descubra como vencer a ânsia de vômito e experimentar novos alimentos.

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“Vamos provar frutas pela primeira vez?”. Bomtalvão tem quase 5 milhões de seguidores só em sua conta no TikTok e faz sucesso com seus vídeos de comédia. Contudo, uma série nova de conteúdos despertou a curiosidade do público: ele passou a gravar os momentos em que experimentava comidas pela primeira vez.

E não era nada muito diferente, não. Na lista tinha frutas como abacaxi, pêssego e goiaba. “Sou assim desde bebê. Minha mãe conta que ela tentava me dar as coisas e eu não conseguia engolir, tinha ânsia de vômito. Me dava agonia das cores e texturas”, conta Bomtalvão a VivaBem.

E não, não é frescura: essa seletividade alimentar pode persistir em algumas pessoas até a vida adulta.

Essa condição é mais presente na e por muito tempo foi classificada como ‘chatice’ para comer. Quando, na verdade, crianças intolerantes têm um paladar diferenciado, têm mais papilas gustativas e sentem gostos com mais facilidade. Rodrigo Pimentel, nutrólogo do Hospital Universitário Professor Edgard Santos, da Universidade Federal da Bahia (Hupes-UFBA)

Juliana Bergamo, nutricionista do Programa de Transtornos Alimentares do IPq (Instituto de Psiquiatria da USP) diz que a condição, para alguns, pode melhorar depois dos seis anos de idade. Para outros, nem tanto.

“Esse comportamento na vida adulta pode até gerar prejuízos à saúde ou transtornos alimentares. Desde 2015, essa seletividade ganhou nome: transtorno alimentar restritivo, conhecido pela sigla Tare. Não é uma regra, mas é comum em indivíduos com transtorno de ansiedade, TDAH (transtorno do déficit de e hiperatividade) e TEA (transtorno do espectro autista)”, diz Bergamo.

A especialista alerta que pessoas com seletividade alimentar podem ter deficiências nutricionais e chegar até a desnutrição. “Principalmente na vida adulta. A pessoa deixa de sair, não se alimenta bem, perde oportunidades de emprego. Recebo pacientes que querem ajuda para, por exemplo, aceitar posições de trabalho fora do país”, explica.

“Muitas vezes, essa seletividade alimentar pode até transformar a pessoa em vegetariana. Ela une a falta de capacidade de comer aquele alimento com seus princípios”, diz Edmo Atique Gabriel, cardiologista, cirurgião cardiovascular, pós-graduado em nutrologia e de VivaBem.

Desafio fora de casa

Por ter para consumir alguns , Bomtalvão já enfrentou grandes dificuldades em momentos simples, como sair para jantar com os amigos, ir a aniversários ou eventos do trabalho.

“Isso já foi problemático. Sofro porque não existe um lugar em que sei que será fácil de achar algo para eu comer. Tenho vontade de experimentar e participar, mas não consigo. Às vezes, precisamos ir a dois restaurantes para que eu consiga comer”, conta o influencer.

Essa seletividade não é simplesmente não gostar. Ela engloba também a incapacidade de consumir alguns tipos de texturas.

“Muitas vezes já quis provar por achar a comida bonita, mas não conseguia. Purê de batata, por exemplo, demorou para eu conseguir. Mas hoje coloco na e consigo detectar a textura e não ter nojo”, explica Bomtalvão.

E o tratamento para quem quer tentar mudar, é um tanto complexo. “Depende da origem do problema, mas é um trabalho multiprofissional”, explica Bergamo.

Segundo Pimentel, apesar de não ter cura, é possível ir lidando aos poucos com a condição. “Podemos fazer introdução alimentar paulatinamente, começando pelo arroz, por exemplo, que tem um sabor mais ameno, passando para grãos e depois proteínas. Subindo degraus dos alimentos à medida que o paciente passa a tolerá-los”, diz.

A dica do especialista é usar poucos condimentos e temperos, principalmente aqueles que têm sabor forte como alho, cebola e coentro.

Convivi com isso desde a infância e hoje entendi que o que sinto tem nome. Fiquei feliz em poder mostrar para as pessoas que a intolerância existe na vida adulta e não é só uma fase. Bomtalvão

Segundo ele, apesar de desafiador começar a fazer os vídeos, as tentativas serviram para ele aumentar o cardápio.

“Hoje em dia consigo comer abacaxi e alguns pratos típicos de outras regiões do país, que não consigo colocar no meu dia a dia porque, às vezes, não é tão fácil de fazer. Mas ainda assim é complicado. Preciso provar, no mínimo, umas 10 vezes para me acostumar e incorporar no meu dia a dia”, conclui o influencer.

Fonte: uol

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