Desde que chegou aos cinemas em 1999, a franquia Matrix traz um cruzamento maravilhoso entre ficção científica distópica, filmes de ação orientais, blockbuster americano e também anime e mangá. Neste último quesito, há uma obra fundamental, que está disponível na Netflix e dura apenas 1 hora e meia, sobre a qual o sucesso de Neo (Keanu Reeves) foi construído. E é um dos melhores desenhos japoneses de todos os tempos.
Trata-se de Ghost in the Shell – O Fantasma do Futuro. A trama é ambientada no Japão de 2029, em uma sociedade tão avançada tecnologicamente que o corpo humano pode ser aumentado ou mesmo completamente substituído por partes cibernéticas. Nesse cenário vive a major Motoko Kusanagi, uma ciborgue ultrassofisticada que lidera o esquadrão de combate a crimes virtuais.
Tudo se complica quando sua divisão é informada de que o famoso hacker conhecido como “Mestre das Marionetes”, especialista em invadir e controlar cyber-cérebros, está no país. Agora, Motoko e sua equipe devem empreender uma caçada ao criminoso – e vão acabar se envolvendo em uma trama de conspirações que atinge os interesses da alta cúpula política.
O diretor Mamoru Oshii pretendia realizar outros projetos, mas foi contratado para adaptar o popular mangá do final dos anos 1980. Foi uma mudança para melhor, uma vez que, já naquela época, o cineasta entendia o quão poderoso é mostrar a influência que os computadores podem ter sobre a humanidade. Algo que nem o cinema de Hollywood havia aprofundado.
À primeira vista, Ghost in the Shell chama a atenção por seu acabamento visual brutal, com um futuro perfeitamente desenhado à semelhança do mangá. Há também momentos de ação chocantes. Porém, o longa se destaca mesmo pela forma com que explora ideias sobre a consciência, a alteração da memória ou o potencial da tecnologia desencadeada que se torna autoconsciente no meio do caos.
Com a recente proliferação da inteligência artificial, você pode assistir ao anime e ver como, mais de 20 anos depois, continua relevante, moderno e avassalador. Sem ele, é possível que não tivéssemos Matrix ou outras grandes produções cyberpunk e futuristas. Joias entre as quais não se inclui o desastroso live-action de Ghost in the Shell lançado em 2017 e estrelado por Scarlett Johansson.
Fonte: adorocinema