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Cinema

Pequena Sereia corrige erro de O Rei Leão: O filme de Halle Bailey pode ser o grande sucesso da era live-action.

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A onda de remakes live-action da Disney tem dado o que falar desde os seus primeiros passos. Depois de um breve hiato após apostar em Alice no País das Maravilhas, sob a visão de Tim Burton, as releituras se tornaram parte essencial do cronograma do estúdio.

O ápice desse movimento se deu em 2019, quando a empresa lançou três releituras em menos de 6 meses (Dumbo, Aladdin, O Rei Leão) e só teve uma leve pausa nas seguintes produções devido a da Covid-19. Ainda assim, as novas versões de Mulan, Pinóquio e A Dama e o Vagabundo foram distribuídas nos últimos anos.

A graça em trazer essas histórias de volta aos holofotes, agora com alto nível de tecnologia de computação gráfica, e atores de carne e osso, está em expandir uma narrativa presente no imaginário de muitas pessoas e, também, em apresentar essas histórias para as novas gerações.

A Pequena Sereia: Por que Halle Bailey é a melhor escolha para o live-action da Disney

Com o atributo do live-action, sempre há uma dúvida sobre a estética que estes mundos mágicos e animados terão no formato inédito. Isso vai desde a maneira como a magia da Malévola pe vista na tela até a dos inúmeros animais falantes que permeiam a maioria dos filmes do estúdio.

Enquanto há uma facilidade em criar efeitos especiais de fluidez, para feitiçarias, por exemplo, existe uma grande dificuldade em dar vida a estes personagens que não são humanos. Para cada diretor, há decisões um tanto claras sobre esse aspecto. Em A Bela e a Fera, por exemplo, existe uma liberdade criativa para animar os objetos que, na obra de 1991, já falavam. Apesar de perder um pouco da fofura e até das cores, esse retrato chegou a ficar semelhante ao original.

Já em Mogli – O Menino Lobo, no entanto, a escolha foi dar um alto nível de gráfico às criaturas. Todavia, as expressões dos animais foram preservadas, assim como as texturas, as movimentações e até os contrastes com a selva. O mesmo aconteceu com os animaizinhos de Aladdin, mesmo que estes preservassem seus aspectos reais, ou seja, nenhum deles fala durante a trama, existe uma união de efeitos práticos com efeitos visuais para que o público soubesse o que eles estavam sentindo ou pensando durante a narrativa.

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Divulgação/Disney

Entre esta longa seleção de adaptações, no entanto, há um controverso projeto que foi amplamente criticado pelas escolhas da equipe de arte: O Rei Leão. Talvez um dos maiores desafios dessa lista de remakes, o filme foi por muitos anos – e talvez ainda seja, de certa forma – a cara da Disney. Por isso, o estúdio convocou um time de peso para conduzir e estrelar o longa, com direito a Beyoncé e Donald Glover no elenco, sob a liderança de Jon Favreau, produtor de Vingadores: Ultimato, diretor de Homem de Ferro e um dos idealizadores de The Mandalorian (com inúmeros créditos na franquia).

Apesar de ter alcançado cerca de US$ 1,663 bilhão na bilheteria global e ser amado pelo público, com 88% de aprovação da audiência no Rotten Tomatoes, há um aspecto do filme que fez toda a diferença no resultado final. O que poderia ser um trunfo, se tornou uma espécie de maldição.

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Divulgação/Disney

Primeiramente, o fato de ser quase uma réplica da animação de 1994 fez com que parte do público tenha ficado desapontado. Por que extrair exatamente as mesmas falas, repetir ângulos e não oferecer mudanças significativas para um filme lançado mais de 20 anos após o original? Mesmo sendo um remake ao pé da letra e tendo ótimas homenagens, o medo de perder a essência deixou o filme um bocado mecânico.

Em segundo, e talvez o mais brutal, se direciona para a forma como o live-action funciona. Não se trata de uma animação, mas também não é completamente live-action. Favreau explica: “Não há animais reais e não há câmeras reais e nem mesmo qualquer performance sendo capturada”, disse ele em entrevista ao Techcrunch. “Existem dados subjacentes [de desempenho] ​​que são reais, mas tudo está vindo das mãos dos artistas.”

Para o cineasta, o filme deveria superar o realismo de Mogli – O Menino Lobo e se parecer mais com “um documentário da BBC”, mesmo que os personagens falem e cantem. “Entre a qualidade da e as técnicas que estamos usando, esperamos que pareça que você está assistindo algo que não é uma produção de efeitos visuais, mas algo em que você está apenas olhando para um mundo muito realista”, explicou o realizador. “E emocionalmente, parece tão realista como se você estivesse assistindo a criaturas vivas. E esse é o truque aqui, porque acho que ninguém quer ver outro ‘Rei Leão’ animado, porque ainda se mantém muito, muito bem.”

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Divulgação/Disney

No entanto, o fato de trazer um visual hiper-realista aos animais fez com que muitos se questionassem sobre a falta de expressão dos mesmos. “Faltou emoção”, muitos observaram. Anos depois, parte do público reitera que falta magia e encanto nesta versão, que por ser tão fiel à realidade ainda carece do ar vibrante da animação.

Anos depois, chegou a vez de A Pequena Sereia passar pelo mesmo desafio. No entanto, a escolha do diretor, Rob Marshall, parece reconhecer os erros e acertos de remakes em live-action do passado, já que mesmo com parte dos fãs torcendo o nariz para as novas versões de Sebastião, Sabidão e Linguado, todos eles demonstram uma ótima presença durante o filme.

O cineasta tinha em mente, acima de tudo, que a história tivesse coração. Ele afirma que além dos aspectos técnicos, todos os personagens precisam manifestar o que sentem na tela. “Por mais tecnicamente desafiador que este filme tenha sido… foi o maior desafio da minha carreira e eu certamente não poderia ter feito isso sem ter feito todos os filmes que fiz até agora… Eu realmente não queria que o aspecto técnico do filme lidere. Eu não queria que as pessoas vissem isso. Eu queria fazer com que parecesse perfeito. Então o mais importante é a emoção, a história, os personagens, a atuação. Isso tinha que levar o filme para que você investisse nele. Caso contrário, quem se importa, porque seria um exercício técnico.”

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Divulgação/Disney

O AdoroCinema teve acesso ao longa-metragem e, de acordo com o que foi visto, o trio de animais que protagoniza a história consegue se expressar com o auxílio da computação gráfica e, claro, do de dublagem de atores completamente dedicados ao ofício. Há certo estranhamento em alguns trechos, mas nada que atrapalhe a experiência. A essência dos personagens está ali, assim como suas caras e bocas.

Sabidão (Awkwafina), Linguado (Jacob Tremblay) e Sebastião (Daveed Diggs) são, inclusive, pontos fortes da trama. Tanto seus momentos musicais, recheados de movimentos e carões, como nos trechos mais dramáticos, há uma performance interessante, engraçada e cativante de se acompanhar. Mesmo que muitos estejam preocupados com o fato de serem fofos, bonitos ou até bizarros, como alguns internautas disseram nas redes sociais, a presença deles na história funciona perfeitamente como para qualquer outro personagem.

No mais, a resposta para os contrastes entre O Rei Leão e A Sereia será completamente respondida por cada um após 25 de maio, próxima quinta-feira, quando o live-action estrelado por Halle Bailey chega aos cinemas brasileiros. Antes de decidir por alguns trailers ou prévias, é preciso mergulhar nessa aventura para entender o diferencial do projeto.


A Pequena Sereia







Fonte: adorocinema

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