Em 1996, dois filmes com Robert De Niro foram lançados nas telas, e não menos importantes: Fogo Contra Fogo e Cassino. O primeiro é dirigido por Michael Mann e o segundo por Martin Scorsese. Depois dessas duas obras-primas, a carreira de De Niro nunca mais estará nesse nível de exigência e nunca mais conhecerá tamanha perfeição.
Fogo Contra Fogo reuniu pela primeira vez na mesma cena Al Pacino e De Niro em um confronto alucinante de 5 minutos. Desafiando as expectativas do público que esperava vê-los juntos durante a maior parte do filme, Michael Mann passa a mensagem de que o interesse de seu filme não está no elenco real.
O que interessa a Mann é a caçada de Hanna (Pacino) para prender McCauley (De Niro) e a forma como seus personagens aprendem uns com os outros sem nunca se cruzarem. Para De Niro, Fogo Contra Fogo não é apenas mais um filme policial no qual ele interpreta um gangster. É mais um mergulho na psique de McCauley, suas motivações, seu código de honra, por assim dizer, de bandido “antiquado”.
Já Cassino marcou a oitava colaboração entre o ator e seu diretor favorito Martin Scorsese. Este thriller de mais de três horas mergulha o espectador nos investimentos mafiosos de Sam Rothstein conhecido como “Ace”, interpretado por De Niro. Seu amigo de infância Nicky Santoro (Joe Pesci), um cara violento, é designado para protegê-lo, mas logo começa a se tornar cada vez mais incontrolável.
A atuação de De Niro é primorosa, pois, rompendo com a agitação e presença pesada do personagem de Pesci na tela, ele opta por jogar de forma mais monolítica e apostar tudo em olhares, sussurros e pequenos gestos discretos.
Pode ser que De Niro nunca mais retorne a esse nível de envolvimento. Fogo Contra Fogo e Cassino são dois filmes atemporais, um auge na carreira do ator, que, com o tempo, se mostrará insuperável para ele.
Fonte: adorocinema