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Ciência & Saúde

O papel crucial da progesterona na regulação do ciclo menstrual: entenda melhor

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Os hormônios estão entre os principais responsáveis pelo bom funcionamento do corpo. No caso das mulheres, a progesterona influencia tanto no ciclo menstrual quanto na gravidez. A ginecologista Paula Peres, fundadora do Grupo Bello Vero, conversou com o Dicas de Mulher sobre o assunto. Acompanhe!

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O que é a progesterona?

A progesterona é “produzida nos ovários, pelo corpo-lúteo, após a ovulação. A placenta também consegue produzir esse hormônio feminino durante a gestação”. Sua função é muito importante, pois regula o ciclo menstrual, promovendo o desenvolvimento do endométrio e preparando o corpo para a gravidez.

Ainda, a progesterona está relacionada à regulação do humor, do sono e do metabolismo. Esse hormônio também desempenha um papel importante na manutenção da saúde das glândulas mamárias, bem como na produção e liberação do leite durante a amamentação.

Progesterona e ciclo menstrual

Durante o ciclo menstrual, quatro hormônios entram em ação. “O estrogênio e a progesterona são secretados nos ovários, já o Hormônio Luteinizante (LH) e o Hormônio Folículo Estimulante (FSH), pela hipófise”, explica Paula. Eles atuam de maneiras diferentes em cada fase, como você verá abaixo.

Antes da ovulação

Quando a menstruação ocorre, a hipófise libera pequenas quantidades de FSH e LH. “Os dois hormônios atuam juntos e provocam o amadurecimento dos folículos ovarianos, bem como uma alta na produção de estrogênio. Nesse período, o nível de progesterona é mais baixo”, explica a ginecologista. A alta concentração do estrogênio reduz um pouco a liberação do FSH e do LH, até que, na metade do ciclo menstrual, provoca um aumento súbito, estimulando a ovulação.

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Depois da ovulação

“Após a ovulação, a partir dos elementos residuais do folículo rompido na liberação do óvulo, forma-se o corpo-lúteo. Esse passa a secretar estrogênio e altas quantidades de progesterona”. Assim, em caso de gravidez, a placenta consegue se desenvolver. Caso não ocorra a fecundação do óvulo e o início de uma gravidez, os níveis dos hormônios caem, resultando na descamação do endométrio e na menstruação.

Quando não se usa métodos contraceptivos hormonais, um exame de sangue pode analisar as variações dos quatro hormônios atuantes no ciclo menstrual. Sem a existência de uma gravidez, os níveis da progesterona ficam altos somente após a ovulação, em seguida, normalizam.

Progesterona na gravidez

No ciclo menstrual, uma das principais funções da progesterona é preparar o endométrio, que fica mais espesso para receber o óvulo fecundado. Além disso, o hormônio inibirá as contrações musculares do útero e a liberação de novos óvulos.

“Caso a gestação siga adiante, a progesterona estimulará a formação de vasos sanguíneos no endométrio para alimentar o feto até o desenvolvimento da placenta, que assumirá a função de secretar o hormônio. Por isso, os níveis de progesterona permanecem altos durante a gravidez, ou seja, para o corpo não produzir mais óvulos”, comenta Paula.

A médica ressalta que os níveis do hormônio variam conforme o trimestre da gestação. No primeiro, ficam entre 11 a 90 ng/ml, no segundo, entre 25 a 90 ng/ml, e no terceiro, entre 42 e 48 ng/ml. “Se a progesterona estiver baixa na gravidez, principalmente nos primeiros meses, há risco elevado de aborto espontâneo. Por outro lado, se a redução acontece no final do segundo trimestre, o risco é de parto prematuro. Em ambos os casos, o tratamento recomendado é a reposição hormonal, quase sempre por via vaginal”.

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Progesterona e métodos contraceptivos

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Mulheres que utilizam o anticoncepcional podem ter alterações nos níveis de progesterona ao longo do ciclo menstrual, porém, isso não é prejudicial para a saúde. Tudo depende do método contraceptivo hormonal escolhido, se ele é combinado ou à base de progestagênio. Abaixo, a doutora Paula explica os dois.

Métodos contraceptivos hormonais combinados

“Este tipo de anticoncepcional impede a gravidez ao interromper a ovulação. Se a mulher não ovula, seus níveis de progesterona sempre vão se manter baixos e uniformes, sem picos ao longo do ciclo menstrual”.

Métodos contraceptivos hormonais à base de progestagênio

“Quando o método contraceptivo é à base somente de progestagênios, a ovulação pode acontecer. Assim, o impedimento da gravidez ocorre de outras formas, por exemplo, com o espessamento do muco cervical. Nesse caso, pode ocorrer variação dos níveis de progesterona, com altas e baixas ao longo do ciclo”.

Níveis de progesterona em diferentes fases

Os níveis de progesterona ideais variam conforme a fase de vida e do ciclo menstrual, além do uso de métodos contraceptivos hormonais. É importante acompanhar as variações para identificar a presença de problemas como: infertilidade, puberdade precoce e câncer de ovário. Os níveis ideais de progesterona ao longa da vida são:

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Dicas de Mulher

Paula recomenda verificar os níveis de progesterona com certa frequência e relatar ao seu médico quaisquer alterações no ciclo menstrual. A identificação de variações do hormônio é importante para o diagnóstico de distúrbios hormonais, problemas de fertilidade e até para o desenvolvimento saudável da gravidez.

O que indicam níveis de progesterona muito altos

A progesterona fica alta durante a ovulação, porém, se os níveis estão acima do normal e fora dessa fase do ciclo menstrual, indicam outros problemas. Segundo Paula, “pode estar relacionado com tumores ovarianos, cistos no ovário e hiperplasia adrenal congênita”. Os principais sintomas incluem inchaço, sono excessivo, enjoos e ressecamento vaginal.

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O que indicam níveis de progesterona muito baixos

Se os níveis do hormônio estão baixos é porque a ovulação não está acontecendo regularmente. “O corpo dá sinais disso, com escapes antes da menstruação, ciclos irregulares e sangramentos muito longos e intensos. A prolactina elevada, o hipotireoidismo e a SOP (Síndrome dos Ovários Policísticos) são as principais causas para a baixa da progesterona”, explica a médica.

Tratamentos para a progesterona em desequilíbrio

Tanto no caso de baixa quanto de alta taxa de progesterona no organismo, o tratamento é feito com o uso de medicação. “No primeiro caso, quando a produção está abaixo do normal para o período do ciclo ou idade gestacional, é feita a reposição por via oral, vaginal ou com injeções intramusculares e subcutâneas”. Agora, se a questão é a alta do hormônio, o uso de medicamentos depende da causa, primeiro, será preciso identificar o que gera o aumento.

Dúvidas frequentes sobre a progesterona

Dicas de Mulher – O que acontece com o corpo quando se toma progesterona? Quando isso pode ser indicado?

Paula Peres – O efeito no organismo dependerá da finalidade do uso e da fase de vida em que a mulher se encontra. É indicada quando um profissional diagnostica a necessidade de reposição do hormônio.

Quando é necessário realizar o exame para identificar os níveis de progesterona? Como é esse exame?

O exame é bastante simples, feito a partir de uma amostra de sangue. Pode ser solicitado na visita anual ao ginecologista, mas sempre será recomendado para mulheres com queixas de menstruação irregular, dificuldade para engravidar ou gestação de risco.

Qual o papel da progesterona nas técnicas de reprodução assistida?

Antes da coleta dos óvulos, feita na Fertilização in Vitro, é indispensável que os níveis de progesterona estejam regulados. Assim, se identificadas alterações durante o ciclo menstrual, primeiro, elas serão tratadas para depois dar início à técnica de reprodução assistida, pois a progesterona aumenta as chances de sucesso da gravidez.

Quais são os principais benefícios da progesterona para o corpo?

Além de todas as funções no ciclo menstrual e na gestação, a progesterona tem relação direta com a estabilidade do sono, do humor e a capacidade de a pessoa reagir positivamente às ações psicológicas do meio externo.

A progesterona tem papel fundamental na saúde da mulher. Por isso, mantenha suas consultas ginecológicas em dia, faça exames de rotina e, ao perceber qualquer alteração no seu corpo, consulte um profissional.

As informações contidas nesta página têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.

Fonte: dicasdemulher

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