O hipotireoidismo ronda a vivência feminina. É o primeiro distúrbio cogitado, por exemplo, quando há um ganho de peso inexplicado. Embora nem sempre ele esteja relacionado ao engordar, é o problema na tireoide mais comum em mulheres. A endocrinologista Andressa Heimbecher conversou com o Dicas de Mulher sobre o tema. Confira!
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O que é hipotireoidismo?
Andressa explica que o hipotireoidismo é um problema na glândula tireoide. Com isso, há uma baixa produção dos hormônios T3 e T4, que estão relacionados ao estímulo de diversas funções vitais do corpo, impactando o organismo de diferentes formas. De acordo com o Ministério da saúde, estima-se que entre 8 e 12% da população brasileira tenha esse quadro, principalmente mulheres e idosos.
Hipotireoidismo e a saúde da mulher
De modo geral, os distúrbios da tireoide afetam mais a saúde da mulher. A ciência ainda não tem certeza do porquê disso. Segundo Andressa, “acredita-se que possa haver uma correlação entre o estrogênio, nosso principal hormônio feminino, e o desenvolvimento dessas doenças”. De qualquer modo, é muito importante que as mulheres estejam atentas ao hipotireoidismo e outros problemas dessa glândula.
Sintomas da tireoide: de tudo um pouco, mas tudo mais lento
O T3 e o T4, hormônios da tireoide, afetam o funcionamento de diversos sistemas do organismo. Por isso, a sintomatologia é tão variada – vai dos fios de cabelo ao funcionamento do intestino, passando por dores corporais e até problemas emocionais. Dê uma olhada nos principais sintomas:
- Inchaço do corpo;
- Dificuldades de concentração e de memória
- Queda de cabelo;
- Dores musculares;
- Pele seca;
- Lentidão do pensamento;
- Depressão;
- Desaceleração dos batimentos cardíacos;
- Menstruação irregular;
- Intestino preso;
- Cansaço excessivo;
- Ganho de peso (discreto, não passando de entre 5 e 10% do peso anterior);
- Aumento do colesterol.
Se não for tratado, o hipotireoidismo pode levar ao chamado coma mixedematoso: o paciente desenvolve anemia, insuficiência cardíaca e queda na temperatura corporal, que levam a um estado de redução de consciência. “Nosso corpo precisa de hormônio tireoidiano para sobreviver”, enfatiza Andressa.
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Causas do hipotireoidismo
O hipotireoidismo pode ser causado por problemas na própria tireoide ou nos órgãos que estimulam seu funcionamento. Abaixo, conheça as principais causas:
- Hashimoto: “uma doença autoimune. O corpo fabrica anticorpos que agridem a tireoide”. Segundo a especialista, essa é a causa mais comum do hipotireoidismo no Brasil.
- Bócio: a doença ocorre devido à falta de iodo, um dos principais componentes do T3 e T4. Há alguns anos, essa era a principal causa do hipotireoidismo no Brasil, por isso, atualmente, o sal vendido no país é iodado, ajudando a evitar a deficiência.
- Tratamento do hipertireoidismo: se o paciente tem hipertireoidismo e precisa fazer radioiodoterapia ou a retirada cirúrgica da glândula, os tratamentos podem desencadear o hipotireoidismo.
- Radiação no pescoço: a tireoide é uma glândula muito sensível, por isso, é preciso protegê-la em situações em que há exposição à radiação.
- Alterações na hipófise: também chamado de hipotireoidismo secundário, quando ocorre algum problema na hipófise, glândula que coordena o funcionamento da tireoide, impedindo a produção dos hormônios T3 e T4.
- Alterações no hipotálamo: é o hipotireoidismo terciário, quando há um problema no hipotálamo, região do cérebro que comanda a hipófise, desestabilizando a tireoide.
As causas do hipotireoidismo são diversas e pedem tratamentos diferentes, justamente por atingirem outras glândulas ou regiões. Por isso, é importante fazer o diagnóstico do quadro corretamente, como abordaremos a seguir.
Diagnóstico do hipotireoidismo
O hipertireoidismo é um quadro muito estudado na medicina. Andressa explica que clínicos gerais e ginecologistas podem muito bem identificá-lo. Entretanto, o especialista no tratamento desse problema é o endocrinologista. Normalmente, uma vez que o médico identifica os sintomas, costuma confirmar o diagnóstico e investigar a causa por meio de exames laboratoriais, como:
- Dosagens de hormônios no sangue: normalmente de TSH (hormônio liberado pela hipófise para estimular a tireoide) e de T4 livre para entender se a tireoide está produzindo hormônios a mais.
- Hormônios complementares: o médico pode pedir outros exames, como T3 total, anti-TPO, anti-tireoglobulina e TRAB, para entender a causa.
- Ultrassom de tireoide: para verificar se houve alteração anatômica.
- Tomografia computadorizada: para avaliar a hipófise e o hipotálamo, caso a suspeita seja um hipotireoidismo secundário ou terciário.
É importante entender a causa, pois ela influencia totalmente no tratamento, como você verá no próximo tópico.
Tratamento de hipotireoidismo
Quando o hipotireoidismo é primário e acontece, principalmente, devido à tireoide de Hashimoto ou a algum tratamento para o hipertireoidismo, não há muito o que fazer além de suplementar o hormônio T4. Segundo Andressa, há um pouco de polêmica sobre a não suplementação do T3. “Apesar de muita gente defender o uso de T3, não tem nenhum órgão internacional que respalde para gente a necessidade do uso e a segurança. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia recomenda não manipular esse hormônio”.
Já em casos de bócio (mais raro), bem como hipotireoidismo secundário e terciário, é preciso tratar a causa, portanto varia bastante de caso para caso. De qualquer modo, mulheres devem estar sempre atentas à saúde de sua tireoide, observando não só os sintomas de metabolismo lento, mas também de aceleração corporal, pois pode indicar o hipertireoidismo.
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Também merece atenção o câncer de tireoide, que atinge três vezes mais mulheres do que homens. Por isso, é importante ter uma rotina de exames. O diagnóstico precoce é essencial para o sucesso do tratamento.
Fonte: dicasdemulher