O novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, afirmou nesta segunda-feira (6), no discurso de posse na instituição de fomento, que o foco na “reindustrialização” da economia, já colocado por ele como um dos objetivos de sua gestão, significará apoiar uma “nova indústria”, inovadora e “descarbonizada”.
Ao mencionar o “desafio da “reindustrialização”, Mercadante afirmou que “não se trata da velha indústria”.
“Trata-se da nova indústria: digital, descarbonizada, baseada em circularidade e, assim, intensiva em conhecimento. Essa nova indústria exigirá inovação e grandes investimentos na pesquisa aplicada”, discursou o novo presidente do BNDES.
Segundo Mercadante, a participação da indústria nos desembolsos do BNDES era de 56% do total, em 2006, e caiu para 16%, em 2021. “Temos que reverter isso, isso não pode continuar”, afirmou o presidente do BNDES.
Ao mencionar a nomeação de Rafael Lucchesi, diretor da Confederação Nacional da Industria (CNI), como presidente do Conselho de Administração do BNDES, Mercadante ressaltou que seu objetivo é “colocar a indústria no topo das ações estratégicas do BNDES”.
O novo presidente do banco aproveitou para anunciar que o ex-ministro de Relações Exteriores e atual assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, e Clemente Ganz, que foi diretor do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), serão indicados como membros do Conselho de Administração.
Mercadante aproveitou para ressaltar a nova ênfase em sustentabilidade. “Não haverá futuro se não preservamos a Amazônia e outros biomas”, afirmou o novo presidente do BNDES, dirigindo-se à ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, que estava na plateia da cerimônia de posse.
Mercadante e agricultura
Mercadante defendeu uma posição “mais atuante” do banco, com atenção especial à indústria, e apontou que o Brasil não pode ser somente um exportador de commodities agrícolas.
“Uma das dimensões para o projeto estratégico de desenvolvimento são as exportações, não apenas de commodities agrícolas”, disse Mercadante.
“É muito bom, como diz o querido ministro Carlos Fávaro [Agricultura], que o Brasil é a fazenda do mundo. É muito bom, mas não pode ser só a fazenda. Produtos industriais de alto valor agregado são essenciais para o desenvolvimento do Brasil”, acrescentou.
Fonte: canalrural