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Turismo

Pelourinho Salvador: Roteiro imperdível para conhecer em um dia

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Na hora de programar uma viagem a Salvador, poucos lugares merecem uma atenção tão especial quanto o Pelourinho. Seja pelos seus museus, igrejas, restaurantes, lojas… o coração do centro histórico da primeira capital brasileira merece um dia inteiro (e até mais) de dedicação completa.

Pensando nisso, montamos esse guia com o essencial do Pelourinho: um programa para ser feito entre 9h e 17h, com as atrações, restaurantes e comidinhas imperdíveis por lá. Aviso desde já: é perna para bater, mas valerá a pena cada ladeira subida.

Catedral_Basílica_Salvador, BA, Brasil
A Catedral Basílica de Salvador tem a mais imponente fachada de todo Pelô. (Paul R. Burley/Wikimedia Commons)

Começaremos nosso trajeto no Largo do Terreiro de Jesus. A praça, ao redor da qual estão alguns dos principais pontos do Pelourinho, servirá como ponto de partida e chegada do passeio.

O largo recebeu este nome por ter surgido aos pés do colégio jesuíta de Salvador, onde hoje está a Catedral Basílica de Salvador, uma enorme igreja cujo frontão esculpido em pedra de lioz se impõe sobre a praça. Vale a pena a visita ao interior da igreja: restaurada recentemente, sua nave está como nova e o dourado de seus altares barrocos a torna ainda mais deslumbrante.

Ao sair da catedral, pode-se ver ao redor da praça a Igreja de São Pedro dos Clérigos e a da Ordem Terceira de São Domingos de Gusmão — mais simples que a catedral, mas, ainda sim, muito bonitas —, além de alguns bares e a Faculdade de Medicina da Bahia.

Só o fato desta ser a mais antiga faculdade de medicina do país já valeria a visita a sua sede – um palacete rosa, de arquitetura francesa, que destoa do conjunto colonial do resto da praça. Mas, para dar um empurrãozinho, vale lembrar que o Museu Afro-Brasileiro da UFBA também está sediado lá dentro.

Do Terreiro de Jesus, no lado oposto à catedral, abre-se um largo menor, mais estreito do que longo, como um corredor, ao final do qual está uma igreja meio escondida. O acanhamento da fachada contrasta com a exuberância do interior da mais importante joia do barroco baiano.

A nave principal da Igreja e Convento de São Francisco carrega uma quantidade de ouro que deixa qualquer mortal de queixo caído. Não há um só lugar ali em que não reluza o dourado. E o detalhamento das só reforçam o encantamento.

No claustro, 55 mil azulejos portugueses contam a história de São Francisco de Assis, cenas pagãs e epígrafes do poeta romano Horácio. A visita não é guiada, mas na entrada há uma série de guias independentes. Se optar por eles, a dica é negociar direitinho o preço antes de entrar na igreja, para evitar surpresas.

Igreja de São Francisco de Assis, Salvador, BA, Brasil
O interior da São Francisco de Assis é um espetáculo a parte dentro do Pelô (Fernando Dallacqua/Wikimedia Commons)

Saindo do convento, deve ser começo da tarde, o que, na Bahia, geralmente significa um sol tão radiante quanto os altares dourados da igreja. Com esse sol, vem o calor e contra eles um sorvetinho é uma baita pedida. 

Em frente a Igreja de São Francisco, a Le Glacier Laporte tem sabores convencionais, mas a despeito de ser comandada por um francês, o monsieur Laporte, é famosa pelos seus sabores brasileiríssimos como cupuaçu, caraíba e umbú. As misturas da casa, como mel com gengibre, e coco com cachaça, também trazem um borogodó único para nossa parada.

De volta ao Terreiro de Jesus, você já deve estar se perguntando: “Ué, mas me falaram que no Pelourinho só tem ladeira. Até agora nada?” Bom, chegou a hora do sobe e desce.

Basicamente, o Pelourinho tem três ruas paralelas principais que, além de ter dois nomes (Portas do Carmo/Alfredo de Brito, Maciel de Cima/João de Deus e Maciel de Baixo/Gregório de Matos), são autênticas ladeiras. Três pequenas ruas as cortam. A grosso modo, na primeira se concentram lojas de artesanato popular e nas outras duas, museus e restaurantes.

Como estamos na hora do almoço, vamos começar pelos restaurantes. Se você quiser comer um repleto self-service de comida baiana, desça uma das três ruas até chegar ao restaurante do Senac. Lá também funciona o Museu da Gastronomia Baiana, uma opção interessante para quem quiser conhecer melhor a história dos pratos típicos do estado.

Por falar em prato típico, se apenas uma caprichada moqueca te satisfaça, se mande para o Axego, na Rua João de Deus; agora se você quer um cardápio em que possa optar entre a comida brasileira e a internacional, fique com o Cuco Bistrô, ao lado do Terreiro de Jesus.

Satisfeita a fome, deixemos o período vespertino para museus, lojas e ateliês. Na Rua Maciel de Baixo, o Solar do Ferrão/Museu Abelardo Rodrigues é um dos mais emblemáticos do Pelourinho, apresentando quatro coleções: artes sacra, popular e africana, além de uma seção de instrumentos musicais.

Ao lado do Solar do Ferrão, fica o ateliê de Enock Silva, um dos pintores e escultores mais representativos de Salvador – suas obras abusam da estética figurativa. Na paralela Rua Maciel de Cima, Menelaw Sete expõe suas telas multicoloridas em um ateliê abarrotado de obras.

Ao final das duas ruas, o largo do Pelourinho abriga, em um gigantesco sobrado azul, a Fundação Casa de Jorge Amado, que, apesar de não estar realmente no endereço onde morou o mais consagrado autor baiano do século XX, conta com uma exposição permanente contando a história do escritor e de suas obras – sua casa, localizada no bairro do Rio Vermelho, virou um outro museu interessantíssimo com acervo e abordagem que vai mais a fundo na intimidade de Amado. Vale a visita.

Também azul é a imponente igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, ao lado do Museu-Restaurante do . Se ela não está em tão bom estado quanto a catedral e, muito menos, brilha tanto quanto a São Francisco de Assis, sua importância histórica a sustenta: o templo é o maior constituído por uma irmandade negra, no Pelourinho, e a ordem que a ergueu uma das únicas a acolher escravos durante o período colonial.  

Agora, sabe aquela camiseta do Olodum tão vista pelo mundo afora? Que tal comprar uma original e ajudar a famosa companhia? Basta seguir para a Rua das Laranjeiras, onde um grupo mantém uma escola/loja.

De volta ao Terreiro de Jesus, a pedida é experimentar uma das cachaças aromatizadas do sempre lotado bar O Cravinho. Se vier acompanhada de uma porção de moela, a combinação fica perfeita.

Para fechar, aproveite uma das melhores vistas do pôr-do-sol na Baía de Todos os Santos a partir do terraço da Casa do Carnaval da Bahia. Se der tempo, aproveite para conhecer a exposição do museu, que conta a história do maior carnaval do mundo. 

Fonte: viagemeturismo

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