Se gosta de explorar e conhecer novos lugares, mas está cansado dos mesmos destinos turísticos, bem-vindo a mais um episódio da série “Mudando a Rota”, do Primeira Página. Na reportagem anterior, falamos sobre os atrativos turísticos e curiosidades de Curvelândia. Hoje, você vai conhecer o que te espera em Campo Novo do Parecis.
Prepare seu carro, ou a passagem de ônibus, e vamos juntos colocar o pé na estrada. Todos os dias, você vai conhecer uma cidade diferente, até porque, em um estado com mais de 140 municípios, o que não faltam são opções incríveis. (Veja as cidades que já passaram pelo nosso roteiro no final da reportagem)
Campo Novo do Parecis
Com águas cristalinas e esverdeadas, a cidade de Campo Novo do Parecis, a 397 km de Cuiabá, localizada na região médio-norte mato-grossense, é um verdadeiro berço de maravilhas naturais.
Cortado pela BR-364 e pela MT-235, o município possui vários balneários próximos da cidade, como por exemplo o Balneário Rio Sacre, território indígena da etnia Paresi Haliti. Além do banho de rio, o local oferece visitação às casas indígenas, artesanato, flutuação e camping, por preços acessíveis. Veja como chegar clicando aqui.
Na região também é possível conhecer as aldeias Quatro Cachoeiras e Wazare, e admirar cachoeiras deslumbrantes, como, por exemplo, a Salto Utiariti, que tem 98 metros de altura, e a Salto da Mulher. Para os principais passeios, é preciso reservar pelo menos dois dias.
Vale um destaque também para a cachoeira Salto Belo, situada na Aldeia Sacre Dois – a 80,5 km do centro da cidade – que tem aproximadamente 50 metros de altura e é cercada por belas paisagens naturais.
Outra ótima opção, dessa vez para quem procura a euforia dos esportes radicais, além da observação da natureza, é o Rio do Sangue. Com nome imponente – talvez até assustador – o rio, com seus tons verde e azulados, é um verdadeiro paraíso escondido em Campo Novo do Parecis.
Em entrevista ao Primeira Página, Ademar Gomes Laurindo, que atua como guia de turismo na região há mais de 16 anos, explicou que a forte cor esverdeada e, às vezes, azulada, ocorre devido às rochas de arenito e calcário presentes no rio.
Essas rochas avermelhadas, inclusive, já chegaram a assustar quem passou pelo rio pela primeira vez, já que elas passam uma impressão de que as margens estão repletas de sangue, como contou o guia.
O Rio do Sangue faz parte da Bacia Amazônica e possui variedade de plantas aquáticas e peixes. Além disso, ele tem grande importância ecológica, econômica e cultural para as comunidades de Campo Novo do Parecis.
A pesca é exemplo disso: realizada de forma artesanal e esportiva, atrai milhares de turistas anualmente.
Nesse ‘combo’ de turismo, a região também é conhecida pela prática de esportes radicais como rafting, canoagem e caiaque, além de trilhas na floresta, observação de aves e animais.
Como explica o guia, os interessados em conhecer a região devem se atentar ao período do ano que visitam, já que isso pode influenciar as atividades turísticas.
Entre os meses de maio e setembro, por exemplo, a seca toma conta da região e as águas do rio ficam mais claras e calmas, sendo assim, a época mais indicada para turismo ecológico, pesca esportiva e passeios de barco.
Nesse período, os turistas também podem visitar pequenas praias naturais formadas às margens do Rio de Sangue.
Já entre outubro e abril, a estação chuvosa cria outro cenário: rio mais cheio, período de defeso que proíbe a pesca e dificuldades de navegação devido à força da água.
Mas, é um momento bom para observação de aves e da vegetação, que fica mais exuberante com os níveis de umidade.
Para conhecer a região, é indicado buscar uma equipe de turismo, já que o rio corta diversas áreas privadas na cidade e, por isso, é mais seguro visitá-lo com o apoio de profissionais.
A prefeitura da cidade disponibiliza em sua página uma lista de hotéis disponíveis na cidade. Acesse aqui.
História
Campo Novo do Parecis se tornou uma cidade em 1988, e completou 36 anos em julho deste ano.
Inicialmente a região era chamada de Campos Novos, denominação que se confundia com a estação telegráfica de Marechal Cândido Rondon, na região de Vilhena.
Aos poucos, o nome foi mudado para Campo Novo e, em 1981, foi feita doação de 293 hectares de terras para formação de um patrimônio, com essa denominação.
De acordo com a Prefeitura de Campo Novo do Parecis, em 1907, Rondon passou pela região em busca do Rio Juruena, atingiu o Rio Verde e seguiu para o norte em busca do Salto Utiariti, passando em frente ao sítio onde nasceria o futuro município.
O território foi trabalhado em duas direções pelos serviços de linha telegráfica: uma para oeste rumando para Utiariti e Juruena, e outra para leste, em busca de Capanema e Ponte de Pedra.
Uma curiosidade interessante é que, no final de janeiro de 1914, o ex-presidente dos Estados Unidos da América, Theodore Roosevelt, passou em frente ao sítio de Campo Novo do Parecis, em viagem pela Amazônia, em companhia de Rondon.
Ainda segundo a prefeitura, a história conta que a ocupação efetiva da região ocorreu na década de 1970, com a abertura de fazendas e a instalação de famílias de migrantes vindos de estados sulistas. No lugar da futura cidade, à beira da estrada entre Diamantino e Utiariti assentaram-se diversas famílias.
Geográficamente, o local formava um cotovelo no ponto de encontro das retas conhecidas pelas denominações de Caitetu e Taquarinha.
Fonte: primeirapagina