A capacidade de aprender algo novo com velocidade e efetividade é um super poder.
Como já diz o futurista Alwin Toffler:
Os analfabetos do século XXI não serão aqueles que não podem ler e escrever, e sim aqueles que não conseguem aprender, desaprender e reaprender.
Alwin Toffler
Com o tempo na escola, faculdade e outros cursos, acabamos adquirindo melhores habilidades de lógica, interpretação de texto e facilidade para estudo.
No entanto, existe um longo caminho para nos tornarmos “super aprendedores”. Não é do dia pra noite e, muito menos, algo que magicamente acontece.
Não é aquilo que fazemos por empolgação ou em picos de inspiração que nos define, mas sim aquilo que fazemos repetidamente – nossos hábitos.
Por isso, nesse artigo quero te apresentar alguns hábitos e ações que você pode incorporar à sua vida para potencializar sua capacidade de se tornar um “super aprendedor”.
A importância de saber como aprender
Antes de entrar nos tópicos, no entanto, acho que é importante mencionar a importância de desenvolvermos esse tipo de habilidade.
A velocidade com que a tecnologia avança não é linear, mas sim exponencial. No entanto, nosso pensamento e intelecto tende a se comportar e fazer previsões lineares.
O resultado disso é que tendemos a menosprezar o avanço tecnológico e, com isso, não nos preparamos adequadamente para o que vem por aí.
O fato é que automação, aprendizado de máquina, robótica e inteligência artificial substituirão a maior parte de nossos postos de trabalho atual.
Não é algo que precisamos olhar muito longe. Basta chegar num cinema e comprar o ticket por um totem e não com uma pessoa mais.
Eu mesmo, como desenvolvedor web, já perco trabalhos para softwares, com o Wix.
Isso não é um problema, mas simplesmente algo real que vai aos poucos nos forçar a nos transformar constantemente.
Médicos, advogados, engenheiros, contadores, desenvolvedores e até mesmo designers eventualmente não atuarão da mesma maneira que hoje e, mais importante, com a necessidade do mesmo número de indivíduos.
Considerando tudo isso, tanto nossa sobrevivência financeira quanto nossa capacidade de motivação por ter um propósito na vida será definida pela nossa capacidade de transformação.
Se não conseguimos aprender novos ofícios constantemente e ser criativos, simplesmente não haverá o que fazermos.
Bônus: .
Como melhoramos nossa capacidade de aprender
Como comentei no início do texto, com o tempo já vamos melhorando nossa capacidade de aprender.
Me lembro quando fiz o ENEM pela primeira vez antes de entrar para a Universidade. Fiquei ali numa média não muito confortável.
No entanto, fui fazer o ENEM depois de formar para acompanhar minha esposa – estudando pouco e sem me preparar direito – e tirei notas que praticamente passava em todos os cursos na federal.
Não é porque eu magicamente fiquei mais inteligente. É porque eu treinei mais lógica, interpretação de texto e outras habilidades que, no fundo, são avaliadas nesse tipo de teste.
Contudo, esse avanço não é absoluto e fui muito privilegiado de poder fazer um curso na faculdade que me abriu a cabeça para pensar holisticamente e sempre contrastando pontos de vista. A maior parte dos estudos e cursos acabam focando em áreas menos amplas e, com isso, gerando menos abertura para desenvolvimento do aprendizado de novas ideias e conceitos.
E mesmo tendo esse privilégio e já conseguindo ver um pouco de resultado dessa capacidade de aprender algo novo, me vi e ainda me vejo muito aquém de indivíduos que são centenas de vezes mais efetivos e rápidos do que eu.
O que é mais interessante, no entanto, é que a habilidade de aprender efetivamente e rapidamente um novo conceito ou habilidade não depende tanto de ter uma capacidade mental absurda ou um QI alto.
São através dos hábitos que conseguimos desenvolver nossas habilidades de aprendizado.
Recentemente li um artigo interessante sobre esse tópico no Medium que comenta que:
“Muitos polímatas (pessoas que desenvolveram habilidades e conhecimentos em áreas diversas) – incluindo Charles Darwin, Leonardo da Vinci e o ganhador do prêmio Nobel de física Richard Feynman – diziam que não possuíam nenhum tipo de inteligência excepcional natural.”
Isso é importante ser mencionado pois quebra qualquer tipo de crença de “eu não sou capaz. Isso é só para crânios…”
Qualquer pessoa pode se desenvolver na sua capacidade de aprender através de bons hábitos.
Portanto, vamos aos hábitos.
1- Ler muito
Ler muito e com frequência é um hábito super importante para quem deseja se desenvolver na sua capacidade de aprendizado.
Leitura é o exercício da mente.
Nos coloca em um estado de atenção plena, nos apresenta novos conceitos, nos coloca em contato com maneiras diferentes de compreender e usar a língua, trabalha com nossas emoções e também questiona nossos preconceitos.
O tempo inteiro que estamos em contato com novas informações, nosso cérebro trabalha criativamente para montar as conexões e abre espaço para melhorarmos.
Algo que vejo que é comum entre as pessoas que aprendem com facilidade tudo é que ler não é um trabalho ou uma tarefa chata, mas sim uma alegria e empolgação. Uma atividade interessante.
Mais uma vez, gostei de uma frase do Thomas Oppong:
“Em um mundo que a informação é a nova moeda, leitura é a melhor fonte de aprendizado contínuo, conhecimento e aquisição de mais dessa moeda.”
2- Ensinar outros aquilo que sabe
Há estudos que indicam que retemos mais do nosso aprendizado quando ensinamos para outros e o colocamos em prática imediatamente.
Isto é, ensinar outros sobre aquilo que temos aprendido potencializa muito nossa própria capacidade de retenção.
É ainda mais interessante esse processo pois, ao ensinar algo para outra pessoa, percebemos também nossas falhas e lacunas de aprendizado. Ao tentar lembrar de tudo, percebemos que faltou uma ou outra informação e, então, fica simples de retomar posteriormente para encher esses buracos.
3- Cuidar do cérebro
Um cuidado com a saúde do nossos corpos e mentes é fundamental para a capacidade de aprendizado.
Todos nós – imagino – temos o objetivo de manter nossas mentes o mais saudável possível por mais tempo possível e esse objetivo está diretamente relacionado com a saúde do cérebro.
Ou seja:
Nosso cérebro declina se não cuidamos dele e o quanto antes melhoramos como o tratamos, melhores os efeitos pra frente.
Bônus: TED – Como a comida que você come afeta o seu cérebro
4- Fazer pausas
De acordo com novas pesquisas, fazer pausas enquanto trabalhamos e estudamos pode ajudar drasticamente a nossa capacidade de aprender e reter informações.
Ação + Descanso + Ação + Descanso.
É assim que vamos desenvolvendo com mais efetividade nossas novas habilidades.
Há um certo mito por aí que nos diz para só praticar, praticar e praticar. Estudar, estudar, estudar. Trabalhar, trabalhar, trabalhar.
No fundo, esse tipo de ação não é a melhor para nossos cérebros e só vai nos dar aquela sensação de “fiz o que pude”.
Trabalhar inteligentemente é usar desse tipo de pesquisa para organizarmos melhor nossas rotinas de estudo e trabalho. Fazer com que haja momentos frequentes de descanso para nossas mentes processarem e fazerem mais sentido do que estamos aprendendo.
Uma pesquisa da Universidade de Louisiana recomenda sessões de trabalho de 30 a 50 minutos. Menos de 30 minutos normalmente não é suficiente e mais que 50 é informação demais para o cérebro de uma vez só.
5- Aprendizado como um processo
“Aprendizado é uma jornada, não um destino.”
Como em vários artigos aqui no blog, eu comento que é mais importante focarmos na jornada do que nos destinos. O destino e o objetivo lá na frente é um guia, mas se ficamos obcecados por ele, não aproveitamos a vida.
No caso do aprendizado, o mais importante é entendermos o processo como uma busca curiosa.
Uma jornada no nosso ritmo de descoberta e exploração.
Quem é muito bom em aprender efetivamente normalmente valoriza o processo. É a busca por constante descoberta e autodesenvolvimento. É algo que tem como principal objetivo a exploração e a compreensão dos novos conceitos.
Se distanciamos desse estado mental, acabamos não tendo a capacidade e foco mental para aprender.
Me lembro na escola. Em poucos dias eu já sabia todos os 151 Pokemons de cor. No entanto, eu não sabia as capitais dos Estados do Brasil e tinha dificuldade em aprendê-los. Isso tudo porque eu tinha a motivação e curiosidade para aprender os Pokemons e pouco incentivo para as capitais.
Nosso estado mental perante o que estamos aprendendo muda completamente nossa capacidade de retenção.
6- Ter mente aberta
É muito difícil aprendermos algo novo se não estamos dispostos a isso. Não adianta começar a ler um livro, fazer um curso ou conversar com alguém se não tivermos a cabeça aberta para novas ideias.
Criamos uma noção do mundo em nossas mentes e tendemos a aceitá-la como verdadeira e, muitas vezes, imutável.
Faz parte da nossa experiência em busca de estabilidade, segurança e previsibilidade.
No entanto, esse tipo de noção do mundo só nos prende a conceitos antigos e dificulta nossa capacidade de aprender algo novo. Dificulta nosso cérebro a fazer novas conexões.
Manter a menta aberta, portanto, é um treino importante para quem está querendo desenvolver suas habilidades de aprendizado.
Uma menta aberta aceita melhor novas concepções do mundo e retém aquela informação.
Um passo de cada vez
Fazer mudanças complexas em nossas rotinas e hábitos não é algo tão simples.
Para te ajudar nisso, recomendo dois livros:
Esses dois livros vão te ajudar a transformar a forma como lidam com suas prioridades e objetivos pois nos colocam em um ponto de questionamento e vontade de melhorar.
Se você ainda está lendo esse artigo é porque realmente deseja se desenvolver e aprender mais efetivamente. Esse é o meu objetivo também.
Estamos juntos nesse processo.
Por isso, quero saber de você também se há mais dicas, pesquisas e hábitos interessantes que são interessantes mencionar para melhorar esse conteúdo. Me conta nos comentários.
Divirta-se!
Fonte: andrelug