No final de junho, a Gonew, inovadora escola de alta gestão e governança do país, reuniu líderes empresariais em um encontro para debater o futuro dos negócios e anunciar novidades em primeira mão. A ocasião escolhida foi a imersão “Governe seu Negócio”, que contou com 130 participantes de 60 empresas nos formatos online e presencial no Learning Village, em São Paulo.
A proposta do evento é debater os principais temas que impactam a estrutura de governança de empresas de diferentes portes, além de promover um grande “mutirão de aconselhamento”, no qual participantes pudessem ter contato direto com especialistas e mentores dispostos a auxiliar nas principais dores de gestão de seus negócios. Nesta edição, a Gonew reuniu representantes de empresas que, juntas, somam um faturamento de R$ 2,5 bilhões, superando o valor do último evento, de R$ 1 bilhão.
Na ocasião, além das palestras e sessões individuais de aconselhamento, a Gonew também anunciou importantes novidades em seu roadmap. Entre elas, a aquisição da AAA Inovação, empresa de educação e consultoria fundada por Arthur Igreja, Ricardo Amorim e Allan Costa, e a liberação de mais de 1 milhão de horas de conteúdo educacional gratuito para líderes empresariais.
Sociedade em pauta
Quando o assunto é empreender, poucos riscos são tão negligenciados quanto o desalinhamento societário. Pouco manifestada, a conjuntura entre os sócios tem poder de determinar o sucesso ou o insucesso de inúmeros negócios. Essa foi a conclusão trazida no primeiro painel da imersão.
Problemas envolvendo a governança, em especial os conflitos de interesse na própria estrutura societária, costumam ser o risco número um de insucesso, aponta mapeamento trazido por Thaís Mendonça, sócia-diretora da KPMG. “Quando olhamos para a sustentabilidade e a perenidade de um negócio, é inevitável abordar esse espectro da governança. É um indicador que acende a luz vermelha”, disse.
Ao lado de Thaís estavam Said Fattah, sócio na PSQA Law, e o fundador da Gonew, Anderson Godz – que detalhou os pontos de atenção determinantes para a estruturação de um acordo societário de sucesso e sem conflitos potenciais.
Segundo Godz, as definições mais básicas – e que podem evitar desajustes futuros – geralmente são deixadas de lado na grande maioria dos acordos societários. “Essas definições têm relação com princípios e valores daquela sociedade. Quando estabelecidos, eles ajudarão os sócios a se conhecerem melhor, o que é o primeiro passo para o alinhamento entre eles”, apontou.
Ainda de acordo com ele, uma organização societária bem-sucedida estabelece os princípios que cada sócio deve seguir e, também, quais são as expectativas que se pode ter em relação a cada um. Ela também é capaz de prever mudanças futuras que impactam os impulsionadores de crescimento da empresa (como a necessidade de novos produtos, inovações tecnológicas ou adoção de um novo modelo de negócio de acordo com o mercado, por exemplo). Além disso, também prepara a empresa para lidar com riscos – de reputação, regulatórios ou judiciários.
As oportunidades de risco também devem ser mapeadas previamente de forma clara e objetiva, sobretudo entre sócios familiares. De acordo com Fattah, entre os pontos de atenção que exigem alinhamentos prévios estão a detenção de ativos e a definição de papéis e responsabilidades.
Já em relação ao alinhamento de expectativas, Godz pontuou que é essencial que o acordo aborde velocidade e objetivos, olhando para o ritmo de crescimento da empresa e possíveis acordos de venda futura.
Todos esses pilares fazem parte do modelo de controle societário proposto pela Gonew que foi apresentado e disponibilizado para download durante o evento.
Tomando melhores decisões financeiras
Em painel que debateu a importância da gestão financeira para o sucesso dos negócios, Viviane Doelman, sócia na 3G Governança e especialista em estruturação financeira e sucessão de empresas, destacou a influência da participação ativa de empreendedores no controle das finanças.
“Muitas vezes, o empreendedor quer fazer tudo, menos olhar para os números, mas isso pode ser a alma do negócio”, disse. Segundo ela, relatórios como balanço patrimonial, fluxo de caixa e DRE desempenham papel fundamental na gestão eficiente, pois têm o potencial de orientar decisões assertivas, sendo uma “fotografia de todos os planos da gestão, no curto e médio prazo”, indicou.
Além de Viviane, o painel contou com a participação do também sócio da 3G Governança, Christiano Oliveira, sócio da 3G Governança; Dongley Martins, sócio da Gonew, conselheiro e investidor de startups; e Marcos Araújo, fundador da Valore Elbrus.
Mesmo reconhecendo a importância desses indicadores, destacados pelos executivos presentes como a “tripla hélice” da gestão financeira, há a percepção de que empreendedores não têm priorizado os dados dali extraídos para tomadas de decisão e planejamentos estratégicos para o futuro. “A análise profunda desses dados permite a tomada de decisões mais assertivas e uma governança mais profissionalizada. É por isso que ela precisa ser pauta para todo e qualquer empresário”, avalia Oliveira, da 3G.
O acompanhamento desses números, contudo, não basta. Segundo Viviane, é preciso estabelecer os indicadores mais relevantes para a empresa e como eles impactam o negócio. “Tenha um pool de indicadores que vão realmente ajudar a medir o seu negócio. Muitas vezes, as empresas têm inúmeros indicadores, mas não utilizam aqueles números para nada”, complementou.
Para Marcos Araújo, outra dica é tratar as finanças de forma habitual. “O assunto é chato e pode parecer enferrujado, mas a provocação que faço é que empreendedores tratem dele com atenção e que não tenham vergonha de pedir ajuda”, comentou.
Ainda no que diz respeito ao papel do empreendedor, com ou sem tino para lidar com números, o conselheiro e investidor Dongley Martins encerrou o painel com dicas para quem deseja evitar que a falta de governança gere uma crise financeira generalizada em sua empresa.
Para ele, o casamento entre estratégia e governança é o ponto de partida, já que permite uma visão de para onde a empresa quer ir e quais padrões irá adotar para controlar esse percurso. Em seguida, destacou a atenção ao orçamento, a necessidade de orientar resultados ao caixa da empresa e a precificação adequada de produtos e serviços.
ESG no centro do negócio
A imersão também se debruçou sobre temas de ordem para negócios na atualidade, como é o caso do ESG (social, ambiental e governança). Para isso, Luiz Gustavo Rosa, investidor anjo e fundador da Tairú, marca de vestuário sustentável, abordou o tema no encerramento do evento.
Para correlacionar propósito socioambiental e resultados de negócio e inspirar os líderes presentes, Rosa detalhou os passos da jornada da Tairú, seus pilares e compromissos sociais e ambientais. De acordo com o empreendedor, uma solução viável para empresas que desejam encontrar meios de aplicar a sustentabilidade é avaliar como levar suas ideias para onde há demanda por soluções sustentáveis.
Outra recomendação, disse Rosa, é fazer o básico bem-feito. Para isso, as empresas devem estar atentas às comunidades do entorno e também a seus colaboradores, sempre de olho no impacto gerado. “Antes de falar em mudar o mundo, é preciso entender o que está acontecendo em nosso entorno e nos grupos diretamente afetados pela atuação da empresa”, afirmou.
1 milhão de horas de conteúdo
Durante o evento, a Gonew também anunciou a liberação de 1 milhão de horas de conteúdos educativos para a alta gestão. O objetivo é impactar, pelo menos, 100 mil pessoas com capacitações incluídas na Gonew.community, plataforma de cursos da Gonew.
“A oportunidade de efetivar a compra da AAA e escalar é multiplicar a nossa comunidade para mais de 100 mil pessoas e ter 15 mil empresas que podem ser atendidas. Identificamos que precisávamos criar um grande mutirão de letramento. Por isso, decidimos liberar os conteúdos para criar consciência em mais de 100 mil pessoas”, afirmou Anderson Godz, fundador da Gonew.
Com duração média de 10 horas cada, os programas abordam diferentes temas, desde governança, capitalismo consciente e cibersegurança até inteligência artificial e criatividade. “Queremos democratizar a governança para médios e pequenos empresários brasileiros. Já fazemos isso há 5 anos, mas o modelo do ‘Governe seu Negócio’, que vai além da imersão, é criar esse letramento. Essa consciência permite levar o nosso propósito adiante”, finaliza Godz.
Fonte: gazzconecta