De modo geral, 2023 não foi um bom ano para as startups no que tange à captação de investimentos. Segundo estudo da Dealroom.co, na América Latina, o valor total captado pelas startups no último ano atingiu 3,4 bilhões de dólares, marca semelhante à 2018, quanto bateu a casa dos 3,7 bilhões e muito aquém do recorde histórico de 17,9 bilhões atingidos em 2021.
Uma indagação que surge é: de onde vem este recurso aportado nas startups? Qual o perfil destes capitalistas de risco? Temos, neste ecossistema, basicamente dois atores: o Venture Capital (VC) puro e tradicional, além do Corporate Venture Capital (CVC). O VC tem um objetivo bem claro: multiplicar o valor investido na startup. Em outras palavras, ter o direito a uma participação na startup pagando um determinado valor e vender este direito por 3, 5 ou quiçá 10 veze ou mais.
Mas e o CVC? O Corporate Venture Capital representa a iniciativa de uma corporação em estruturar um portfólio de startups investidas, seja por meio direto do balanço ou por meio de um outro veículo formal. Mas por que uma corporação se interessaria em investir em startups? Bem, para entender isso, temos que dar um passo atrás e entender o conceito de inovação aberta.
As corporações sempre se preocuparam com inovação, apesar de muita gente achar que inovação é um hype atual. Porém, as corporações praticavam apenas a chamada inovação fechada. Com departamentos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e, por meio dos seus próprios recursos, acreditavam serem capazes de dar conta das atualizações dos seus produtos e manter-se competitivas no mercado.
Ocorre que os ciclos de mudança e transformação dos negócios encurtaram e as empresas começaram a perceber que somente a inovação fechada era insuficiente. É aí que entra a inovação aberta, fomentando a criação de relacionamentos com atores externos a fim de compreender as evoluções e tendências do mercado. A inovação fechada se mantém, mas agora também com a coexistência da inovação aberta. É “um olho no gato, e outro no peixe”.
Entre as alternativas de inovação aberta existentes e praticadas pelas corporações, figura exatamente o Corporate Venture Capital. O racional para adotá-la é a promessa de que, para uma corporação, investir numa startup sairia mais barato do que montar um departamento inteiro de P&D para buscar uma inovação incremental ou radical em um produto.
Agora, voltemos lá para o início da nossa reflexão. De onde veio o dinheiro investido nas startups no Brasil em 2023? Segundo dados do Distrito, de 2019 a 2022, o número de investidores corporativos distintos no Brasil mais do que dobrou, indo de 38 para 78. Em 2016, os CVCs representavam no Brasil 16,30% do volume de investimentos. Apesar de uma queda nos anos seguintes, tendo atingido modestos 7,15% em 2020, vimos um salto considerável em 2022, quando 20,88% dos investimentos em startups foram oriundos de corporações. No último ano, recuou um pouco e atingiu 16,49%.
Percebemos, com isso, um aumento no apetite das corporações em se aproximar e investir nas startups. Se para o VC tradicional o objetivo é meramente financeiro, no caso do CVC, além do driver financeiro, percebe-se claramente o interesse estratégico. O que se conclui para o ano de 2023 é que, apesar de uma significativa redução no total de aporte recebido pelas startups, percebemos não só uma manutenção da representatividade dos investidores corporativos, como também uma ligeira tendência de alta. E você? Qual sua aposta para 2024?
E vem aí o GazzSummit
O GazzSummit Agro e Foodtechs é uma iniciativa pioneira do GazzConecta para debater o cenário de inovação em dois setores de grande relevância para o país. O evento será realizado nos dias 8 e 9 de maio de 2024 com o propósito de conectar e promover conhecimento para geração de novos negócios, discussão de problemas e desafios, além de propor soluções para o setor.
O GazzSummit promove a disseminação de tecnologias e práticas de inovação que possam levar a cadeira produtiva ainda mais longe. Uma super estrutura espera os participantes, que poderão conferir mais de 30 palestrantes e mais de 300 empresas. O evento vai reunir players importantes do ecossistema como grandes empresas, cooperativas, produtores, entidades públicas, startups e inovadores. Garanta já a sua inscrição no site.
Fonte: gazzconecta