O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou afirmar que não tem nenhum envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes e que deseja a elucidação do caso. A afirmação foi feita no domingo 28 durante uma transmissão ao vivo junto com seus filhos. “Isso [essa acusação falsa] me marcou ao longo de muito tempo”, declarou Bolsonaro.
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Na ocasião, ele também lembrou do tratamento desigual do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que censurou um documentário sobre a facada dada em Bolsonaro por adélio bispo, em setembro de 2018, mas permitiu que ele fosse “massacrado” durante cinco anos como um suposto mandante da morte de Marielle, inclusive durante as eleições de 2018.
“Isso [essa acusação falsa] me marcou ao longo de muito tempo. Por cinco anos, durante as eleições, eu apanhei como um possível mandante”, declarou Bolsonaro. “A Brasil Paralelo fez um documentário sobre o caso Adélio. O TSE resolveu proibir que esse documentário fosse apresentado, porque era época de eleição. Mas por cinco anos, inclusive durante as eleições, eu apanhei como um possível mandante da morte da vereadora Marielle.”
O ex-presidente, que já tinha falado sobre a suspeita largamente difundida pela imprensa, voltou a tocar no assunto depois que o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro Domingos Brazão, filiado ao MDB e apoiador do PT, teria sido apontando como mandante do crime.
O nome de Brazão foi citado na delação de Ronnie Lessa, ex-policial militar acusado pela morte da vereadora. A Polícia Federal não confirma a informação. Petistas saíram em defesa de Brazão.
“Agora tem uma delação premiada”, disse Bolsonaro, lembrando que o acordo de Lessa ainda não foi homologado. “O que eu mais quero é que o fato seja elucidado. Eu nunca tive contato com a Marielle, mas fomos massacrados imediatamente.”
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O nome de Bolsonaro foi envolvido no caso em razão do depoimento de um porteiro do condomínio onde mora o ex-presidente, na Barra da Tijuca. O porteiro chegou a dizer que no dia do crime, em março de 2018, tinha ligado para a casa de Bolsonaro, que teria autorizado um dos acusados pelo crime, o ex-PM Élcio de Queiroz, a entrar. Ronnie Lessa mora no mesmo condomínio de Bolsonaro, onde há 150 casas. Depois, o porteiro se corrigiu e disse à Polícia Federal que “errou em anotação” que citava o ex-presidente.
Depois de voltar a ter o nome envolvido no assassinato de Marielle, Domingos Brazão disse que o partido da vereadora, o Psol, foi o maior beneficiado com a morte da parlamentar. “Acredito que eleitoralmente isso interesse ao Psol. O Psol não faz obra, o PSol não troca lâmpada, o PSol não bota asfalto”, alegou. “O Psol não emprega na prefeitura nem em qualquer lugar. O Psol vive dessas coisas”, declarou ao portal Metrópoles.
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O conselheiro também criticou o fato de que, durante quase seis anos do assassinato de Marielle, teve quase nenhum acesso aos autos dos inquéritos abertos. “Nunca me deram acesso, alegando que não tenho relação com o caso. Não sei qual é a intenção das autoridades. Já fui investigado muitas vezes”, disse.
Fonte: revistaoeste