Pelo menos 40 candidatos morreram durante a campanha para as eleições municipais de 2024 no Brasil. Eles foram declarados “inaptos” pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), relata o portal Metrópoles. Esse dado reflete apenas os óbitos já julgados pela Corte Eleitoral. Faltam ainda cerca de 28% dos candidatos para ser analisados.
Das 40 mortes registradas até agora, duas são de candidatos a prefeito, duas de candidatos a vice-prefeito e 36 de candidatos a vereador em diferentes cidades do país. Esses números geram preocupações sobre a segurança e a saúde dos candidatos
durante o período eleitoral.
Em 23 de agosto, uma semana depois do início da campanha, muitos eleitores foram surpreendidos pela morte do candidato a prefeito de Itatinga (SP), Lukas Machado, de 30 anos, do partido Podemos.
Lukas estava em seu segundo mandato como vereador e presidia a Câmara Municipal. Era uma figura política em ascensão na cidade.
Lukas foi encontrado sem vida em sua residência. Segundo informações da polícia, não havia sinais aparentes de violência, e ele já chegou morto ao pronto-socorro.
Segundo o delegado Lourenço Talamonte, da Delegacia Seccional de Botucatu, a perícia encontrou vestígios de cocaína no banheiro da residência do candidato.
Em João Dias, no Rio Grande do Norte, o prefeito Marcelo Oliveira, de 38 anos, também candidato à reeleição pelo partido União Brasil, foi assassinado em 27 de agosto. O prefeito foi alvejado com pelo menos 11 tiros em um atentado que também vitimou seu pai, Sandi Alves de Oliveira, de 58 anos, ex-vereador da cidade.
De acordo com a Polícia civil, o atentado ocorreu durante um evento político. Cerca de oito criminosos chegaram ao local em dois carros e abriram fogo. Marcelo visitava casas e moradores de um bairro afastado do centro da cidade quando foi atacado.
Até o momento, quatro suspeitos foram presos pelas forças de segurança do Rio Grande do Norte. As investigações seguem em andamento para identificar a motivação do crime. O delegado Alex Wagner mencionou que não descarta a possibilidade de o crime ter
relação com a disputa política.
O partido União Brasil decidiu manter sua candidatura na cidade e escolheu a viúva de Marcelo, Maria de Fátima Mesquita da Silva, de 34 anos, como substituta na chapa. Ela já teve seu registro oficializado no TSE e aparecerá nas urnas como Fatinha de
Marcelo.
Os dois candidatos a vice-prefeito que morreram são Juarez Teodoro da Silva, conhecido como Juarez (PT), de Cafeara, no Paraná, e Júlio César Candeia, do Podemos, de Capão Bonito do Sul, no Rio Grande do Sul.
Juarez faleceu em 18 de agosto, dois dias após o início da campanha. Ele tinha 57 anos e enfrentava um problema cardíaco. Juarez chegou a ser internado no Hospital Norte Paranaense, mas não resistiu e veio a óbito.
Júlio César Candeia, produtor rural de 55 anos, estava disputando pela primeira vez o cargo de vice-prefeito na chapa do candidato Ilson Paim Teles (Podemos). Ele teve sua morte confirmada no dia 13 do mês passado.
Duas cidades se destacam pela quantidade de candidatos mortos: Cristalina, em Goiás, e Tremembé, em São Paulo. Em Cristalina, o segurança e fisiculturista Alex Montanha, de 32 anos, do Republicanos, foi encontrado morto no dia 25 de agosto em uma rodovia. A suspeita é de que ele tenha sido atropelado.
Outro candidato de , Gabriel Lopes, de 30 anos, do PL, também faleceu. Ele estava internado com um quadro grave de pneumonia e disputaria sua primeira eleição.
Em Tremembé, no interior paulista, os candidatos falecidos foram Donizetti Mala, de 62 anos, do PRD, e Elienai Carneiro, de 44 anos, do PSD.
A morte de Elienai foi lamentada pelo prefeito da cidade, Clemente (PSD), que expressou suas condolências nas redes sociais.
“Elienai nos marcou como um exemplo de dedicação e carisma na nossa rotina diária na Prefeitura. Meus sinceros sentimentos a todos familiares e amigos”, publicou Clemente.
Elienai era servidor público municipal, e sua perda foi sentida por seus colegas e pela
comunidade.
A lista dos candidatos falecidos inclui diversos nomes de diferentes partidos e localidades. Entre eles estão Ademazim (PSD), candidato a vereador em Bertolínia (SP); Adão (Novo), candidato a vereador em Belo Horizonte (MG); Carlos Augusto (PP), candidato a
vereador em Tupanciretã (RS); e muitos outros que perderam a vida durante o período eleitoral.
Tais incidentes destacam a necessidade de maior atenção à segurança e ao bem-estar dos candidatos durante as campanhas eleitorais. Também é importante, relata o portal, um acompanhamento mais rigoroso das condições de saúde daqueles que participam do processo democrático.
Fonte: revistaoeste