Um ano depois de o governo Lula (PT) decretar emergência de saúde pública na região dos ianomâmis, o que se vê na comunidade indígena, localizada na na Floresta Amazônica, é a volta da exploração de garimpo ilegal, desnutrição, aumento do número de mortes de crianças e dos casos de doenças graves, como a malária.
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Em janeiro de 2023, depois da divulgação de fotografias de indígenas extremamente magros, por causa de desnutrição crônica, o então ministro da Flávio Dino, determinou à Polícia Federal a investigação de integrantes do governo de Bolsonaro.
Eles eram acusados pela suposta prática de omissão de socorro e genocídio, que é o extermínio intencional de um povo ou etnia.
No estopim da crise sanitária na região, o atual governo decretou a criação do Comitê de Coordenação Nacional para prestar atendimento a essa população. No entanto, o que se viu na gestão petista foi o crescimento de 50% do número de mortos, somente até novembro de 2023.
Discurso X realidade
Devido à crise humanitária, o presidente Lula da Silva reiterou que a situação se tratava de um crime de “genocídio”. Em mensagem ao Congresso Nacional, em janeiro, ele disse que a condição daquelas pessoas exigia ações mais rigorosas.
“O genocídio cometido contra o povo ianomâmi exige de nós medidas mais drásticas, além do tratamento médico de urgência, o de combate à desnutrição”, ordenou o chefe do Executivo.
Mais mortos no governo Lula
Quase um ano depois do discurso, , um aumento de quase 50% na comparação com 2022. O dado foi divulgado em 21 de dezembro pela Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde.
Segundo o relatório, de janeiro a novembro de 2023, 162 crianças ianomâmis de até 4 anos morreram principalmente de doenças respiratórias, infecciosas e parasitárias
O diagnóstico não menciona desnutrição. Mas a Organização Mundial de Saúde (OMS) mostra no local dezenas de casos graves, como o de uma criança de 1 ano e 9 meses que pesa 5,3 kg, o equivalente a um bebê de 3 meses.
Em 2023, houve um registro de 25,2 mil casos de malária, o que representa um aumento de 61% em relação a 2022.
Garimpo ilegal
Lula também falou, no discurso do Congresso, sobre a urgência da retirada de garimpeiros que exploram ilegalmente as terras indígenas.
Hoje, cerca de 8 mil garimpeiros ainda atuam no território ianomâmi, muitos deles a mando do .
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De acordo com um levantamento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mais de 60% dos rios daquela área já foram contaminados pela atividade irregular de garimpo, o que agrava ainda mais a situação do maior território indígena do país.
Fonte: revistaoeste