A prendeu preventivamente, na quinta-feira 29, dois empresários sob suspeita de fornecimento de água, alimentos e recursos financeiros aos acampamentos de Brasília. Os alvos foram os sócios Joveci Xavier de Andrade e Adauto Mesquita, da Melhor Atacadista, rede de mercados do Distrito Federal.
As prisões inauguraram a 25ª fase da Operação Lesa Pátria, .
De acordo com a PF, os empresários teriam fornecido recursos financeiros, alimentos e água aos manifestantes que acamparam em frente ao quartel-general do Exército. A operação já executou 34 mandados judiciais: 24 de busca e apreensão, três de prisão, e sete de monitoramento eletrônico.
Em nota, a defesa dos empresários informou que “não obteve acesso à decisão” do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. (Confira, na íntegra, o trecho da defesa ao final da reportagem).
A Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa do DF (CLDF), e a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, do Congresso Nacional, pediram o indiciamento dos empresários.
As ações da investigação estão em curso em sete Estados. São eles: Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Tocantins, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Espírito Santo, além do Distrito Federal. Junto aos mandados judiciais, Moraes também decretou a indisponibilidade de bens, de ativos e de valores dos investigados.
Em suas redes sociais, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) criticou a ação da PF.
De acordo com a corporação, “a quantia dos danos causados ao patrimônio público pode chegar a R$ 40 milhões”. Andrade negou a participação nos ataques, apesar de admitir que estava no local das manifestações, em 8 de janeiro de 2023.
Mesquita, por sua vez, é suspeito de transferir dinheiro para contas bancárias de alguns manifestantes. Além disso, teria feito o pagamento do transporte até a Esplanada dos Ministérios no dia das manifestações.
Conforme o relatório da Polícia Civil à CLDF, além de ajudar os manifestantes, Mesquita também teria participado ativamente dos protestos.
Leia, abaixo, a íntegra da nota da defesa dos dois empresários presos pela PF:
“A defesa de Adauto Lúcio Mesquita e Joveci Andrade não obteve acesso à decisão do Senhor Ministro Alexandre de Moraes. Ressalta-se que, desde o início, houve esforços para esclarecer todos os fatos, compromisso que será mantido perante o Supremo Tribunal Federal.
A realização de apurações pelo Estado é considerada válida, e os investigados vêem agora a oportunidade de elucidar completamente as questões em aberto.
Eles reiteram seu compromisso com a democracia, o Estado de Direito, o respeito às Instituições, ao processo eleitoral, ao Ministério Público e ao Judiciário, com especial ênfase na sua instância máxima, o Supremo Tribunal Federal.
O Grupo ao qual Joveci e Adauto são acionistas reitera que é contra o vandalismo e a intolerância política, e acredita que a democracia é feita com pensamentos diferentes, mas jamais com violência. A diretoria do Grupo respeita as Instituições brasileiras, a democracia e o Estado de Direito.”
Fonte: revistaoeste