Deputados da oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitaram uma sessão solene na , dedicada aos 40 anos do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), realizada nesta quarta-feira, 28, para expressar críticas ao movimento. A sessão ocorreu no plenário da Casa e foi marcada por tumultos entre os parlamentares.
Durante a sessão, os deputados da oposição Ricardo Salles (PL-SP) e Rodolfo Nogueira (PL-MS) utilizaram a tribuna para discursar. Eles relembraram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST, realizada na Casa Legislativa em 2023.
Salles, que foi relator da CPI do MST, afirmou que o movimento apenas destrói a agricultura brasileira e abusa dos mais humildes. Segundo o deputado, “há crimes de diversos tipos e abusos generalizados”.
“Eu entendo que não há nada a ser comemorado. Esses 40 anos são de insucesso de uma política que fracassou e volta a ser feita de maneira que vai fracassar”, declarou Salles. “Há crimes de todo tipo, abusos de todo tipo, uma visão equivocada de sociedade que destrói não só a agricultura brasileira, mas abusa dos mais humildes como massa de manobras.”
Já o deputado Rodolfo Nogueira argumentou que o MST vive em condições “sub-humanas” e que os líderes do movimento residem em “apartamentos”, enquanto os militantes habitam “barracos”.
Durante os discursos, os militantes do MST vaiaram os parlamentares e manifestaram seu descontentamento ao virar as costas em protesto contra as declarações.
Durante o primeiro ano do governo Lula, as invasões de terra . Entre 2019 e 2022, foram registradas 62 invasões, número menor do que apenas no primeiro ano de Lula, quando o MST e outros movimentos invadiram 72 propriedades.
Nesta quarta-feira, a Câmara dos Deputados promoveu uma sessão solene para celebrar os 40 anos do MST. A sessão iniciou às 9h no plenário.
O pedido para a realização da sessão foi assinado pelo líder do PT na Câmara, Odair Cunha (MG), e pelos deputados Valmir Assunção (BA), Marcon (RS), João Daniel (SE) e Maria Erundina (Psol-SP).
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Na sessão, estiveram presentes os embaixadores da Venezuela e de Cuba no Brail, além dos ministros de estado de Lula: Sonia Guajajara, chefe da pasta dos Povos Indígenas; Paulo Teixeira do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar; e a representante do Ministério dos direitos Humanos, Rita de Oliveira.
“A função de um movimento social é organizar o povo”, escreveram os parlamentares na justificativa do pedido. “E é isso que o MST faz enquanto alternativa econômica, de projeto de desenvolvimento alternativo no campo brasileiro, responsável não apenas pela produção de alimentos saudáveis, mas também na garantia de escolas no campo, de cultura, esporte e lazer, que constrói ferramentas para acesso aos direitos básicos.”
Segundo o requerimento, o MST está organizado em 24 Estados e representaria 400 mil famílias assentadas e 70 mil acampadas. Além disso, em torno do movimento estão 1,9 mil associações, 185 cooperativas e 120 agroindústrias.
“O MST, sem dúvidas, é o maior movimento social da América Latina”, afirmam os deputados. “É uma expressão concreta do exercício democrático.”
No ano passado, a Câmara instaurou a CPI do do MST. Iniciada em maio de 2023, a CPI encerrou seus trabalhos no final de setembro sem votar o relatório final elaborado pelo deputado Salles.
Fonte: revistaoeste
