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Política

Oportunismo político e difamação: a triste conexão com o suicídio e a destruição de caráter

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Muitas pessoas se deixam morrer em vida, porque passam a deixar de achar sentido na vida. Não deixa de ser um suicí antecipado à própria morte. Depressão leva ao suicídio. Mas são várias as causas que catapultam uma depressão. A tendência química a uma ou desinteresse pela vida pode ser acelerada por uma vaidade contrariada, por um desejo contrariado.

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Para este aceleramento, há cura simples: o sentido da vida é o outro, o trabalho que se faz pelo outro. Um jornalista escreve para expandir a consciência do outro, um pai trabalha para educar, lapidar seu filho, um pedreiro faz uma casa para alguém morar. Se alguém percebe que há sempre alguém que depende de seu trabalho, aquele trabalho pelo outro vira um antidepressivo natural. O trabalho que se converte em ação amorosa por quem se ama ou mesmo pelo amor abstrato por quem você sequer conhece te cura — talvez não da depressão química —, mas da tendência de piora da depressão gerada pela vaidade contrariada .

Duas pessoas que se suicidaram neste fim de ano tiveram suas mortes amplamente divulgadas — ambas por não conseguirem sair do vazio da depressão, ambas por sofrerem a opressão de ataques virulentos de haters de redes sociais. As semelhanças param por aí.

Jéssica Vitória Canedo — depressiva clínica — que criaram um falso affair dela com o humorista Whindersson Nunes. Os apelos dela e da mãe sobre seu quadro clínico depressivo, e até mesmo suas tentativas de suicidio, não comoveram em nada os donos da páginas de fofocas, como o Choquei, que reagiram com indiferença e deboche com a menina.

“Não é exagero dizer da crueldade de alguém saber e dar de ombros para seu quadro clínico depressivo e seguir com uma mentira sabida que por fim fez com que a moça tirasse a própria vida”

Adrilles Jorge

Alguém poderia dizer que o quadro de Jéssica a alterou a ponto de exagerar na reação de uma fofoca sobre um affair. Mas não é exagero dizer da crueldade de alguém saber e dar de ombros para seu quadro clínico depressivo e seguir com uma mentira sabida que por fim fez com que a moça tirasse a própria vida.

Não é o primeiro ataque virtual do Choquei

Choquei | O dono do Choquei, Raphael Sousa, disse à revista piauí que decidiu não renovar o contrato com a Banca Digital porque gostaria de ter mais controle sobre os negócios | Foto: Reprodução/Redes sociaisChoquei | O dono do Choquei, Raphael Sousa, disse à revista piauí que decidiu não renovar o contrato com a Banca Digital porque gostaria de ter mais controle sobre os negócios | Foto: Reprodução/Redes sociais
O dono do Choquei, Raphael Sousa, disse à revista piauí que decidiu não renovar o contrato com a Banca Digital porque gostaria de ter mais controle sobre os negócios | Foto: Reprodução/Redes sociais

O Choquei não se interessa pela repercussão de seu currículo de ações pérfidas de difamação e calúnia. Este mesmo articulista que vos fala já foi chamado de “nazista” por este perfil, no contexto de um programa em que eu falei durante meia hora contra o… nazismo.

O Choquei é uma fábrica de mentiras e difamações que mistura fofoca com polí. Promove calúnias e difamações contra alvos aleatórios, bem como alvos políticos que não estejam alinhados com o pseudoprogressismo do governo lulopetista e do Judiciário. O Choquei é uma linha auxiliar no plano cultural contemporâneo dessa linha política de querer massacrar e eliminar o pensamento divergente deste pseudoprogressismo de esquerda.

Se os juízes supremos censuram e prendem pessoas por crimes de opinião, O Choquei faz o que a grande mídia faz: cancela, difama, denigre a imagem de quem não pensa com o regime. O Choquei é o exemplo de ponta da ocupação total da esquerda em todas as esferas: cultura, entretenimento, arte, política, Justiça. Se você não pensa, não fala e não age de acordo com a cartilha do pseudoprogressismo, você será eliminado.

O próprio deputado federal (Avante-MG), mentiroso auto assumido e contumaz pró lulopetismo, disse de viva voz que o Choquei era um braço cultural na construção da eliminação de adversários do regime. O Choquei tentou me matar tentando arruinar meu caráter, minha vida, meu trabalho. Não conseguiram. Mas empurraram Jéssica para a morte, por um crime pior: a indiferença.

“A indiferença do Choquei matou Jéssica por não se preocuparem em olhar para a dor de um ser humano”

Adrilles Jorge

Jéssica não era um personagem político, mas para o Choquei era uma simples personagem de uma trama inventada para ganhar cliques. Assim como a indiferença de um juiz empurrou para a morte Cleriston da Cunha, preso político, doente, trancafiado por um ano sem julgamento por uma invasão que ninguém sabe se cometeu. A indiferença do Choquei matou Jéssica por não se preocuparem em olhar para a dor de um ser humano. Jéssica e Cleriston foram vítimas da cegueira de ditadores da mídia e do Judiciário, que não souberam olhar para a humanidade em redor — de ditadores que só sabem olhar para sua vaidade.

Outro suicídio

PC SiqueiraPC Siqueira
O youtuber classificou sua casa, onde morava, como sendo um ‘cativeiro’ dele mesmo e atribuiu às de fim de ano a contribuição ao seu estado depressivo | Foto: Divulgação/Redes sociais

Vaidade contrariada que catapultou sua depressão foi o que levou ao suicídio o influenciador digital PC Siqueira. Sua fama foi para o limbo ao ter sido cancelado por uma denúncia difusa de pedofilia. O rapaz disse ter se sentido atraído por uma criança de seis anos, num diálogo privado tornado público. Foi cancelado e destruído publicamente.

Eu sei o que é ser cancelado e massacrado por uma mentira leviana. Não me matei porque me agarrei à verdade de que eu era exatamente o oposto do que diziam de mim. Se uma prática nazista ocorreu foi dos que me acusaram e lincharam, como fizeram com os judeus. Já não posso dizer com certeza de qual verdade ou mentira o PC Siqueira participava a ponto de ter se matado. Mas seu desejo e discurso desordenados indicavam exatamente a perda de um norte moral, de alguém que não percebe que seus dons são para exercer a ação amorosa para alguém, não apenas para alicerçar seu .

O trabalho que eu sabia que realizava para o outro me salvou. A perda da noção do outro naufragou Siqueira. Diferentemente de Jéssica, que não era uma celebridade e vivia reclusa, justamente por causa da depressão, PC se matou por falta de gente em seu redor, mas não por falta de amigos, de conforto, que sempre há e sempre se encontra na busca pelo amor e pela ação amorosa que se faz por quem se ama. Morreu por falta de aplauso. Morreu por amor contrariado à própria vaidade.

Vaidade alicerçara à dos ditadores que aproveitam das mortes de PC Siqueira e Jéssica para mais uma vez tentarem perseguir, censurar a matar a liberdade no país. Mais uma vez querem supostamente prevenir crimes cibernéticos para exercer a censura sobre pessoas, calando, prendendo e arruinando todos em redor. São os suicidas do próprio caráter se aproveitando até do suicídio alheio para destruir pessoas e assassinar a liberdade.

Redes sociais x censura

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Foto: Reprodução/Pixabay

As redes sociais foram a criação que se transformou na janela do homem comum, que pela primeira vez falou por si mesmo sem precisar de ventríloquo, desde políticos a jornalistas e a juízes querendo falar o que o povo pensa, ou pior: enfiar goela baixo uma realidade manipulada para enganar o povo . As redes sociais são o palco da possibilidade de uma democracia real em escala global — com os vícios e as virtudes que possam abarcar esta democracia, claro. Mas fato é que as redes foram — e ainda são — o palco de um terreno de liberdade que assustam ditaduras pelo mundo e por aqui no Brasil, mesmo que algumas destas redes já sofram uma autocensura imposta por seus chefes “progressistas”.

O Brasil é hoje uma ditadura que se traveste de democracia, em que perfis e pessoas são apagados por crimes de opinião pela ditadura de opinião única de esquerda que abrange desde o governo federal até sites como o Choquei, que querem sufocar toda a liberdade que resta no país. Por isso, políticos ligados ao governo já se arvoram em usar sordidamente o caso do suicídio de Jéssica como base para quererem regular, censurar as redes sociais.

“Mentir tendo em vista a ruína de outra pessoa é um crime. Foi o que fez o Choquei”

Adrilles Jorge

Ora, para punir difamação, existe o . Jéssica foi difamada, e a família dela deveria ser fartamente indenizada pelo Choquei a ponto do perfil de fofoca ir à falência. PC Siqueira foi cancelado por declarações desastrosas suas, talvez pela crueldade de haters que, em massa, mentiram sobre sua sexualidade.

O importante a salientar é que uma mentira não é um crime em si. Uma difamação, sim. Uma pessoa tem a possibilidade de mentir numa democracia, por se enganar na busca da verdade. Mas mentir tendo em vista a ruína de outra pessoa é um crime. Foi o que fez o Choquei. O importante a salientar é que não houve nenhuma manifestação de algum juiz supremo querendo colocar a página de fofocas em algum inquérito de fake news.

Esquerda calada diante do suicídio de Jéssica

JéssicaJéssica
Os Perfis Que Difamaram A Jovem Ainda Não São Investigados Pela Corporação | Foto: Reprodução/Twitter/X/@A_Psicanalista

A razão é simples: o império sócio político cultural da esquerda tudo pode na nossa ditadura tupiniquim: caluniar, difamar, cancelar, censurar, prender, matar. Inclusive, ela pode se silenciar sobre os crimes de seus parceiros ocultos ou se silenciar sobretudo sobre o suicidio de seu caráter.

Uma pessoa pode se deixar morrer em vida por abandonar um sentido de vida, que é o trabalho que se faz pelo outro. Um POVO pode se deixar morrer, pode se suicidar em vida por descrer num sentido de trabalho que uns podem se fazer por todos.

A liberdade é a base fundamental para se amar e para se fazer a ação amorosa que se faz pelo outro. Se abandonarmos a luta pela liberdade, suicidaremos nossa capacidade de lutar por nossa liberdade e vida — no sentido mais amplo do termo. Vários países se suicidaram assim: Cuba, Venezuela, Nicarágua, Rússia, etc. Ou ressuscitamos de nossa morte provisória ou desistimos de viver a liberdade e o trabalho de amor que dão sentido à vida.

Leia também: “O beijo da morte”, artigo de Dagomir Marquezi publicado na Edição 71 da Revista Oeste

Fonte: revistaoeste

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