A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta segunda-feira, 14, uma operação contra o deputado estadual Thiago Rangel (PMB), do Rio de Janeiro. Ele é suspeito de fraude em licitações, corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de dinheiro.
A ação conta com a participação de mais de 60 agentes do Ministério Público do Rio de Janeiro e da Receita Federal.
As investigações revelaram um esquema criminoso de contratações diretas por meio de dispensa fraudulenta de licitação de empresas ligadas ao parlamentar. Tais contratos resultaram em sobrepreço e no desvio de recursos públicos, posteriormente ocultados por meio de uma extensa rede de postos de combustíveis. Apura-se também a prática do direcionamento de licitações para o mesmo grupo econômico.
Os agentes cumprem 14 mandados de busca e apreensão em quatro diferentes áreas: no município de , na Região dos Lagos, em cidades da Região Metropolitana do Rio de Janeiro e na própria capital fluminense.
O Ministério Público do Rio de Janeiro informou que os crimes ocorreram em 2021. Os mandados foram expedidos pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado.
A operação foi batizada como “Postos de Midas”, em analogia ao Rei Midas, figura da mitologia grega que tinha o poder de transformar em ouro tudo que tocava.
O nome da operação se refere ao crescimento exponencial do patrimônio de Thiago Rangel, que, de acordo com própria sua declaração de bens, cresceu 780% em dois anos. Segundo as investigações, em 2014 Rangel trabalhava como motorista e tinha salário de R$ 1 mil.
Em 2020, quando concorreu ao cargo de vereador por Campos dos Goytacazes, Thiago declarou um patrimônio de R$ 224 mil, composto de dois veículos, participação no valor de R$ 60 mil em um posto de gasolina e um jet ski.
Dois anos depois, quando concorreu ao cargo de deputado estadual, declarou um patrimônio de mais de R$ 1,9 milhão. Entre os bens estavam 18 postos de combustíveis e 12 empresas identificadas na investigação.
Entre os locais onde a polícia cumpriu os mandados, estão o gabinete do deputado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (), a Diretoria de Aquisições da Câmara de Vereadores e a Prefeitura de Campos dos Goytacazes, além da Empresa Municipal de Habitação.
A residência do parlamentar em Campos e um posto de combustíveis em Bonsucesso, na capital fluminense, também são alvo da operação. As medidas foram autorizadas pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.
O inquérito começou a partir da prisão de um assessor do deputado, braço direito do político, que foi autuado em flagrante em setembro de 2022 pela prática de corrupção eleitoral.
A partir de então, a polícia começou a levantar informações a respeito do deputado. O mesmo assessor doou R$ 41,5 mil à campanha eleitoral de Thamires Rangel, filha do deputado Thiago Rangel, a vereadora mais jovem eleita no país, com 18 anos de idade. Ela também foi a única mulher a conquistar uma das 25 cadeiras da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes.
Fonte: revistaoeste