A realizou, nesta quinta-feira, 26, uma operação que tem como alvo o prefeito de , na Bahia, Mario Alexandre (PSD), conhecido como Marão. Ele é investigado por corrupção, desvio de recursos, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
A Federal autorizou buscas na residência e no gabinete do prefeito, na sede da prefeitura.
Além de Mario Alexandre, as buscas atingem Bento Lima (PSD), candidato a prefeito e ex-secretário de Gestão de Ilhéus, Jefferson Domingues Santos, ex-procurador-geral do município, mais duas pessoas e duas empresas. A operação, batizada de Barganha, executa mandados em Ilhéus, Itabuna, Vitória da Conquista, Salvador e Lauro de Freitas.
As investigações começaram com uma operação anterior da PF que apurou o desvio de recursos federais destinados ao combate à covid-19. Um dos alvos dessa operação colaborou com as autoridades, firmando um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF), homologado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).
Segundo o delator, o prefeito Mario Alexandre teria negociado propina em um contrato de coleta de lixo, firmado de forma irregular pela prefeitura.
O ex-procurador Jefferson Santos, conforme o colaborador, deu parecer favorável à contratação, mesmo com sinais de irregularidades.
Durante a operação, a PF encontrou R$ 915,9 mil em espécie na casa de um dos empresários investigados. O montante estava escondido em duas malas, atrás de um sofá.
O delator revelou que o prefeito ficaria com metade dos lucros da empresa contratada para a coleta de lixo, e as negociações teriam ocorrido em sua residência.
Bento Lima, ex-secretário de Gestão, inicialmente resistiu à contratação, pois recebia propina da empresa que já prestava o serviço. O atraso na nova contratação fez o prefeito manobrar para contratar outra empresa, dos mesmos proprietários, para terceirizar a mão de obra durante a pandemia.
Esses indícios resultaram na Operação Anóxia, deflagrada em 2020. No entanto, a delação premiada revelou a participação do prefeito no esquema.
O colaborador também informou que os empresários pagaram R$ 80 mil como parte do valor de um carro comprado para a esposa de Mario Alexandre, utilizando recursos federais destinados ao combate à covid-19.
As investigações confirmaram a compra do veículo através de dados do Detran-BA. Além disso, os empresários teriam custeado outras despesas do prefeito, incluindo festas, em troca de contratos.
Bento Lima, segundo o delator, era o responsável por receber a propina relacionada aos contratos de um hospital de campanha montado durante a pandemia.
De acordo com a PF, Mario Alexandre lidera uma organização criminosa que negocia propina em troca de contratos públicos, enquanto Bento Lima age como seu braço direito.
Ambos, juntamente com outros envolvidos, responderão por diversos crimes, incluindo fraude em licitação, corrupção passiva e ativa, falsidade ideológica, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Os contratos investigados envolvem mais de R$ 90 milhões em recursos públicos.
Fonte: revistaoeste