O Ministério Público Federal recomendou a suspensão de um contrato de R$ 66 milhões entre o governo do Piauí, liderado pelo PT, e o Hospital da Visão do Meio Norte por suspeita de direcionamento na licitação para beneficar a família do senador Marcelo Castro (MDB-PI), conforme destacado pela revista Veja.
O contrato previa a realização de 28 mil cirurgias de catarata em 11 cidades do Estado.
Thiago de Castro, proprietário do hospital, é sobrinho do senador e primo do deputado federal Castro Neto (PSD-PI), que são responsáveis pela emenda que financiou o projeto.
O MPF revelou que o edital tinha critérios que limitavam a competição, restringindo a participação de outras clínicas e hospitais. Além disso, o custo por procedimento no contrato era de R$ 2,3 mil, valor significativamente superior aos R$ 919 cobrados pelo SUS para a mesma cirurgia, o que levanta suspeitas de superfaturamento.
Uma proposta de uma clínica paulista, que oferecia realizar as cirurgias por R$ 39 milhões, foi rejeitada por razões “técnicas”, aumentando as alegações de irregularidades.
Investigação e resposta do governo
O MPF já iniciou um inquérito civil para investigar mais a fundo as possíveis irregularidades e está organizando uma ação civil pública. Enquanto isso, o governo petista do Piauí recusou-se a atender ao pedido de suspensão do contrato e não comentou o caso quando questionado.
Em defesa, o deputado Castro Neto afirmou: “Não sou eu quem faz a licitação”. Thiago de Castro negou ter conhecimento sobre as suspeitas: “Não estou ciente disso, não”, falou o dono do hospital.
O senador Castro alegou que apenas recentemente descobriu o envolvimento do sobrinho no projeto.
“Foi um assessor que me informou sobre a participação do meu sobrinho no mutirão”, disse Marcelo Castro.
Ele destacou ainda que a contratação é de responsabilidade do Estado. PT e MDB são parceiros políticos.
Fonte: revistaoeste
