Os comandantes das Forças Armadas estiveram presentes no evento “Democracia Inabalada”, promovido pelo governo na última segunda-feira, 8. Ao contrário de outras lideranças, porém, os chefes militares optaram por uma participação discreta.
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De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, essa estratégia foi acertada entre os comandantes e o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, às vésperas do evento.
Os comandantes Tomás Paiva (Exército), Marcos Olsen (Marinha) e Marcelo Damasceno (Aeronáutica) entraram pela chapelaria do Congresso Nacional. Eles passaram por um atalho criado para autoridades evitarem os detectores de metais e a imprensa.
Sem aparentar entusiasmo, os três aplaudiram de maneira comedida e protocolar o discurso do ministro do Supremo Tribunal Federal () Alexandre de Moraes. Na ocasião, o magistrado disse que a democracia venceu a “frustrada tentativa de golpe de Estado”.
Lula agradeceu aos “militares legalistas”
Os chefes das Forças Armadas também ouviram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elogiar a coragem de “militares legalistas”, governadores e ministros. “[Vocês] garantiram que estivéssemos aqui hoje celebrando a vitória da democracia sobre o autoritarismo”, afirmou o presidente.
À Folha, José Múcio disse que o presidente fez “justiça” aos comandantes militares. “[Ele] citou o agradecimento aos militares ‘legalistas’, que são estes que estão aqui”, afirmou Múcio. “O presidente os citou no discurso, fez justiça a esses homens.”
Autoridades evitaram tocar em temas sensíveis aos militares
Autoridades que discursaram, porém, evitaram tocar em temas sensíveis às Forças Armadas. Por exemplo, o estabelecimento de acampamentos em frente aos quartéis.
A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), chegou a puxar o coro de “sem anistia”, que se tornou um lema para aqueles que cobram punição aos participantes dos atos de 8 de janeiro. Não houve adesão significativa à palavra de ordem, no entanto.
Fonte: revistaoeste