, o senador e líder da oposição Rogério Marinho (PL-RN) questionou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF), sobre sua “parcialidade” durante a sabatina de Dino na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
“Quanto à isenção, vossa excelência fez afirmações como ‘Bolsonaro é um serial killer. É o próprio demônio’”, relembrou Marinho. “Vossa excelência acredita que caso seja ministro do STF terá isenção para julgar Bolsonaro ou aqueles com afinidade com o bolsonarismo? Vossa excelência também afirmou recentemente, em entrevista, que o bolsonarismo é mais perigoso do que os traficantes, do que marginais perigosos. Esse tipo de abordagem depreciativa depõe contra a imparcialidade que um juiz deveria ter.”
Marinho foi o primeiro senador a fazer questionamentos a Dino. A rodada de perguntas também mencionou a entrega parcial das imagens das câmeras de segurança do Palácio da Justiça relacionadas ao 8 de janeiro.
Em sua resposta, Dino se esquivou dos questionamentos relacionados ao impedimento de julgar ações que tenham como alvo Bolsonaro. Marinho chegou a repetir a pergunta, mas ficou sem resposta.
Já em relação às câmeras do Palacio da Justiça, o indicado ao STF explicou que as “imagens aludidas foram entregues à CPMI”. “Sobram imagens sobre o 8 de janeiro, inclusive do Ministério da Justiça”, destacou Dino. “Lembro que o Ministério da Justiça não foi invadido em nenhum momento. As câmeras funcionam com movimento, se não há movimento, não tem gravação.”
Depois, em sua réplica, Flávio Dino relembrou que foi deputado federal ao lado de Marinho e que, na época, o atual líder da oposição era membro do Partido Socialista Brasileiro (PSB), partido a qual Dino é filiado.
Na tréplica, Marinho disse que Dino adotou um tom “jocoso” e irônico e destacou que deixou o PSB por discordar do partido. “São características que não se coadunam para quem quer ser ministro do STF”, disse o senador. “Saí do PSB, justamente, entre 2007 e 2008, porque ele estava em um projeto que eu não considero adequado.”
Por fim, Marinho mandou um recado a Flávio Dino: “Quem tem a juventude e não é socialista não tem coração, mas quem tem maturidade e não é conservador, não tem cabeça.” O ministrou negou estar provocando o senador e o acusou de ser “belicoso”.
“Fiz uma alusão afetiva lembrando a memória do seu avô”, disse Flávio Dino.”Em 2007, perguntei o seu parentesco com Djalma Marinho e o senhor disse que era seu avô.”
Após a troca de farpas, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), fez um apelo aos parlamentares da base governista para dar celeridade à sabatina de Dino e do indicado à Procuradoria-Geral da República, Paulo Gonet.
“Como líder do governo, queria solicitar aos senadores da base que se puderem evitar muitas perguntas ou perguntas, agradeço”, pediu Wagner.
Fonte: revistaoeste