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Política

Lula não condena Maduro por veto a líder da oposição: entenda a posição do ex-presidente na ditadura venezuelana

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Enquanto Estados Unidos e países da América Latina condenaram o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, pelo veto à líder da oposição María Corina Machado, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva mantém o silêncio. O petista é um aliado histórico de Maduro, que foi recebido no Brasil em maio com honras de chefe de Estado.

+ no site da Revista Oeste.

Na sexta-feira 26, o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela proibiu María Corina — que — de ocupar cargos públicos pelos próximos 15 anos.

A inelegibilidade de Corina tinha sido decidida em 2015 pela Controladoria-Geral da Venezuela, órgão controlado pelo chavismo, com a alegação de que ela não tinha incluído em sua declaração de bens valores que recebeu como deputada; posteriormente, a punição foi ampliada, porque Corina teria defendido as sanções dos Estados Unidos à Venezuela. Ela nega as duas acusações.

+

Depois da decisão da Suprema Corte, María Corina declarou que Maduro e “seu sistema criminoso” escolheram o pior caminho: eleições fraudulentas. “Isso não vai acontecer”, disse.

Com a decisão da Justiça, a líder da oposição não poderá disputar as eleições no segundo semestre deste ano. A decisão do Supremo da Venezuela, alinhado com a ditadura bolivariana, vem três meses depois de Maduro ter se comprometido com eleições limpas e transparentes. O compromisso foi a base de um acordo para que os EUA retirassem as sanções ao setor de petróleo da Venezuela.

O Ministério das Relações Exteriores ainda não se pronunciou sobre a decisão da Venezuela de barrar María Corina. O governo brasileiro, desde 2023, jamais censurou Maduro. Ao contrário: em maio, Lula disse que o ditador precisava “construir a sua narrativa e virar esse jogo para que a gente possa vencer definitivamente, e a Venezuela voltar a ser um país soberano”. “E aí os nossos adversários vão ter que pedir desculpa pelo estrago que eles fizeram na Venezuela.”

+ Leia também: Ópera dos farsantes, de Augusto Nunes publicado na Edição 167 da Revista Oeste.

Em outubro, Lula tinha conversado com Maduro sobre as eleições e, segundo o Planalto, teria pedido informações sobre os possíveis acordos entre o governo de Maduro e a oposição, além das negociações com os EUA para o fim de sanções então impostas ao país.

Até Lula assumir a Presidência, Maduro estava impedido de entrar no Brasil. O ex-presidente Jair Bolsonaro rompeu relações com a Venezuela em 2019 depois das denúncias de fraude nas eleições de 2018. Assim que tomou , Lula refez as relações diplomáticas com a Venezuela.

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Líder da oposição, María Corina Machado venceu as eleições primárias em outubro do ano passado| Foto: Reprodução//X/@MariaCorinaYA

Em entrevista ao O Globo, María Corina disse que é importante pressionar Lula e a comunidade internacional a tomar uma posição. “O que vai fazer a comunidade internacional? Gostaria de saber isso, depois de todos os compromissos, das declarações públicas, das reuniões, o que vão fazer?”, questionou. 

É importante “pressionar o Brasil, e pressionar o presidente Lula, porque ele disse que acredita num processo de transição e na realização de eleições limpas e livres, num ambiente de aos direitos humanos”, declarou. 

Líderes sul-americanos condenam Maduro 

Argentina, Uruguai, Paraguai e Equador manifestaram preocupação com a decisão da Justiça da Venezuela e disseram que o veto a María Corina fere o acordo com os EUA. Outra condenação à ditadura de Maduro veio da Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas, grupo composto de 37 ex-presidentes.

Leia também: ‘O Brasil não pode desistir de lutar pelas liberdades de imprensa e de expressão’, entrevista com María Corina Machado publicada na Edição 172 da Revista Oeste.

Fonte: revistaoeste

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