Nesta sexta-feira, 26, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a ausência de governadores em eventos do governo federal. Ele proferiu as declarações durante a cerimônia de divulgação dos resultados do Novo PAC Seleções para mobilidade em grandes e médias cidades e drenagem.
Dos 27 governadores convidados, apenas oito compareceram, enquanto três enviaram seus vice-governadores, incluindo Felício Ramuth, de São Paulo.
No início de julho, Lula já havia demonstrado descontentamento com a ausência de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em eventos do governo. “Todas as vezes que viajo para um Estado, convoco o governador, porque quero que participe, fale e expresse suas opiniões”, disse o presidente. “É uma atitude absurda não comparecer, possivelmente devido à imagem negativa de que um presidente só visitava Estados de que gostava, atendendo amigos e ignorando opositores.”
Lula sublinhou que não discrimina projetos de Estados de oposição e condenou a prática de priorizar aliados. “O fato de São Paulo ser governado pela oposição não significa que eu vá ignorar seus projetos”, disse. “Quando fazemos PAC Seleções, é uma novidade na política brasileira, pois nunca antes se chamaram entes federados para discutir políticas públicas. Tudo era decidido entre amigos e compadres.”
- A cerimônia contou com a presença dos seguintes governadores:
- Jerônimo Rodrigues (Bahia);
- Raquel Lyra (Pernambuco);
- Elmano de Freitas (Ceará);
- João Azevêdo (Paraíba);
- Renato Casagrande (Espírito Santo);
- Rafael Fonteles (Piauí);
- Fábio Mitidieri (Sergipe); e
- Wilson Lima (Amazonas).
Entre os vice-governadores presentes estavam Hana Ghassan (Pará) e José Carlos Barbosa (MS).
Em um momento da cerimônia, Lula fez uma crítica velada ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele mencionou o suposto “critério imbecil” do governo anterior. “Se o Lula faz Minha Casa Minha Vida, vou fazer Minha Casa Verde e Amarela, ou seja, um critério imbecil para um país que precisa tanto do Estado”, disse.
O Novo PAC é um dos principais projetos do terceiro mandato de Lula. Na cerimônia, foram anunciados mais de R$ 40 bilhões em investimentos públicos e privados para obras de mobilidade urbana, drenagem, abastecimento de água e saneamento.
Reportagem publicada na da Revista mostra que os PACs dos governos petistas fracassaram em outras ocasiões.
“A sigla PAC foi criada em 2007 pelo marqueteiro João Santana, que ficaria conhecido anos depois pelos milhões que recebeu do Petrolão”, escreve o editor-executivo Silvio Navarro. “O PAC teve duas fases: a primeira com o próprio Lula reeleito, e a segunda para alavancar a candidatura de Dilma Rousseff, apelidada de ‘Mãe do PAC’ na campanha de 2010. Foi a maior enganação já alardeada em cadeia nacional nas últimas décadas. Os governos do PT prometeram entregar 30 mil obras e investir R$ 1,5 trilhão em cimento, malha ferroviária e recursos hídricos — uma fatia considerável do Produto Interno Bruto (PIB) em dez anos. Quando Dilma sofreu o processo de impeachment, em 2016, o índice de execução do pacote de obras não alcançava 17%.”
Desta vez, os investimentos serão distribuídos em três eixos: cidades sustentáveis e resilientes; infraestrutura social e inclusiva; e água para todos. Dos 3,7 mil projetos apresentados pelos municípios, 872 foram selecionados, beneficiando 707 cidades. O detalhamento das cidades contempladas ainda será divulgado pelo Palácio do Planalto.
Fonte: revistaoeste