Sophia @princesinhamt
Política

Judiciário brasileiro: quanto custa e como se compara a outros países?

2024 word3
Grupo do Whatsapp Cuiabá

O Poder Judiciário do Brasil é o mais caro entre 53 países e consome 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com um produzido pela Secretaria do Tesouro Nacional, órgão do Ministério da Fazenda, e divulgado na quarta-feira 24. A média internacional de gasto com o Poder Judiciário proporcional ao PIB foi de 0,37% em 2021 — ou seja, o Brasil gasta três vezes mais.

+ no site da Revista Oeste.

Os dados mostram que os tribunais estaduais e superiores consumiram, em 2022, R$ 159,7 bilhões, dos quais R$ 131,3 bilhões — 82,2% do total — foram para pagamento de remunerações e contribuições a magistrados e servidores.

Os gastos com os tribunais dos estados foram de R$ 92 bilhões e com a Justiça Federal, Justiça do Trabalho e tribunais superiores (incluindo o e o Supremo Tribunal Federal), de 64 bilhões.

O montante gasto com o Judiciário é maior que os R$ 113 bilhões gastos em 2022 com o então do programa Auxílio Brasil, que atendeu naquele ano 21,6 milhões famílias em dezembro, comparou a Folha de S.Paulo.

O relatório do Tesouro também mostra que o valor representa mais da metade de todo o montante direcionado à rubrica ordem e segurança pública.

Veja o gráfico do Tesouro Nacional

Judiciário gastosJudiciário gastos
Gráfico Das Despesas Com Tribunais No Brasil E Em Países Selecionados Com Dados De 2021| Fonte: Fmi E Ocde | Elaboração: Stn

Os gastos com o Judiciário se explicam pelos altos salários pagos a juízes e desembargadores. O teto é o salário de um ministro do STF, de R$ 41,6 mil (que subirá para R$ 44 mil em fevereiro). No entanto, os magistrados frequentemente recebem penduricalhos que engordam suas remunerações. Indenizações e pagamentos extras não são submetidos ao teto e salários superiores a R$ 100 mil não são incomuns entre a categoria.

Em dezembro, que havia suspendido o pagamento de quase R$ 1 bilhão em penduricalhos a juízes federais. Esse pagamento — retroativo de um benefício extinto em 2006, o quinquênio — foi autorizado pelo corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, em abril.

“Parece ter uma captura do orçamento por parte dessa elite do sistema de Justiça que tem ganhos muitos superiores comparados com outros países e também com a média do (trabalhador) brasileiro”, avaliou Juliana Sakaia, que é diretora Executiva da Transparência Brasil, em entrevista ao Estadão.

Em 2020, dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), do Banco Mundial e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostraram que além de ser extremamente onerosa — mais do que todos os países pesquisados —.

poder judiciáriopoder judiciário
Gráfico Mostra Custo Em Comparação Com O Tamanho Da Economia, Número De Funcionários E Demora Nos Julgamentos | Foto: Reprodução/Ricam

“O que a gente tem ao final das contas é um Judiciário muito elitizado que está recebendo muito às custas do contribuinte e que deveria, no mínimo, entregar o suficiente. Acabamos encontrando uma série de questionamentos a respeito do accountability (transparência) e da prestação de contas com a sociedade em relação a esses valores”, acrescentou Juliana.

Fonte: revistaoeste

Sobre o autor

Avatar de Redação

Redação

Estamos empenhados em estabelecer uma comunidade ativa e solidária que possa impulsionar mudanças positivas na sociedade.