O Itamaraty condenou, nesta quarta-feira, 26, Luis Arce, há algumas horas. , o Ministério das Relações Exteriores (MRE) condenou a denúncia e reconheceu haver uma tentativa de golpe. Além disso, manifestou apoio a Arce.
“O governo brasileiro condena nos mais firmes termos a tentativa de golpe de Estado em curso na bolívia, que envolve mobilização irregular de tropas do Exército, em clara ameaça ao Estado democrático de Direito no país”, informou o Itamaraty.
“Nesse contexto, estará em interlocução permanente com as autoridades legítimas bolivianas e com os governos dos demais países da América do Sul no sentido de rechaçar essa grave violação da ordem constitucional na Bolívia e reafirmar seu compromisso com a plena vigência da democracia na região”, continuou”. Esses fatos são incompatíveis com os compromissos da Bolívia perante o Mercosul, sob a égide do Protocolo de Ushuaia.”
O MRE, por meio das repartições consulares na Bolívia, disse estar atento à situação dos brasileiros no país e colocou à disposição, em caso de emergência, os contatos de plantão do setor consular de alguns consulados e da embaixada em La Paz:
- Embaixada em La Paz (+591 7061-2897);
- Consulados-Gerais em Cochabamba (+591 7593-8885);
- Santa Cruz de la Sierra (+591 7 856 4465);
- Consulado em Cobija (+591 7291-6683);
- Consulado em Guayaramerin (+591 7218 3344);
- Puerto Quijarro (+591 7732-1334);
Há poucas horas, Arce informou que as Forças Armadas do país estavam fazendo “mobilizações irregulares”. Tanques do Exército e militares armados invadiram o palácio presidencial, alguns inclusive com os próprios tanques. Eles estavam no local até a última atualização, segundo a agência de notícias Reuters.
Parte do Exército foram vistas agrupadas em praças e ruas de La Paz ainda hoje. Militares faziam guarda no palácio mais cedo. O presidente boliviano disse que faria um pronunciamento à nação ainda hoje.
“Denunciamos mobilizações irregulares de algumas unidades do Exército boliviano”, afirmou Arce, que está na presidência do país sul-americano desde novembro de 2020. “A democracia deve ser respeitada.”
Presidente da Bolívia de 2006 a 2019, Evo Morales foi mais enfático. De acordo com ele, um “golpe de Estado está se formando” no país que faz fronteira com o . Além disso, acusa um general de ser o mentor do motim.
“Apelamos a uma mobilização nacional para defender a democracia contra o golpe de Estado que se prepara à frente do general Zuñiga”, afirma Morales. “Declaramos greve geral por tempo indeterminado e bloqueio de estradas.”
A presença de tropas do Exército na Praça Murillo, onde fica o palácio que funciona como sede do Poder Executivo da Bolívia, ocorre um dia depois da troca de comando da Força Armada. O general Juan José Zuñiga, o militar mencionado por Morales, foi destituído por Arce nesta terça-feira, 25.
Conforme agências de notícias, o general afirmou que reconhece “ao menos por enquanto” o presidente boliviano como chefe das Forçadas Armadas do país. Ele, no entanto, teria cobrado mudanças no primeiro escalão do governo.
“Os três chefes das Forças Armadas viemos expressar nossa discordância”, afirmou Zuñiga, segundo o site do jornal Folha de S.Paulo. “Vai haver um novo gabinete de ministros, com certeza as coisas vão mudar, mas nosso país não pode continuar desse jeito.”
Fonte: revistaoeste