Sophia @princesinhamt
Política

Grito Preso: Liberte o Som que Te Aprisiona

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Nunca houve no Brasil outra grande manifestação política com tantas singularidades quanto a que congestionou neste domingo a — de ponta a ponta. Pela primeira vez desde 2013, por exemplo, não se viu uma única faixa ou cartaz com inscrições hostis a pessoas ou entidades. Também pela primeira vez, o palanque e a plateia preferiram trocar o contra pelo a favor. Descontada meia dúzia de adjetivos contrários a governantes e autoridades do Judiciário, o que se ouviu foram palavras favoráveis à ressurreição do Estado Democrático de Direito, à libertação dos presos políticos e ao fim da perseguição a . Pela primeira vez, enfim, ninguém na multidão reivindicou qualquer tipo de “intervenção militar”.

O pastor Silas Malafaia, organizador do evento, subiu o tom ao reconstituir episódios registrados nos últimos dez anos que comprovam a raivosa ofensiva contra Bolsonaro movida por ministros do liderados por Alexandre de Moraes. Malafaia também exigiu que os presos do 8 de Janeiro sejam tratados com mais compaixão e menos crueldade, mas encerrou o pronunciamento pedindo a pacificação do país. Último a discursar, o ex-presidente mostrou-se exemplarmente sensato. Defendeu-se das incontáveis acusações, desmontou a pilha de invencionices, enalteceu a democracia sem adjetivos e afirmou que a redução da temperatura política começa pela decretação da anistia.

“Com a Paulista reconquistada por genuínos democratas, faltou espaço para provocadores”

Augusto Nunes

Ao hastear tal , a estrela do domingo inaugurou uma inevitável campanha pela libertação imediata dos condenados sem provas, sem o devido processo legal, sem o exercício do direito de ampla defesa ou sem julgamento. Neste 25 de fevereiro, centenas de milhares de manifestantes mostraram o rosto do país que pensa e presta. É preciso muito cinismo para enxergar “golpistas” no mundaréu de gente de diferentes faixas de idade, procedência ou nível econômico, avós vestidos de verde-amarelo e crianças cantando o .

Não houve um único e escasso surto de violência. Com a Paulista reconquistada por genuínos democratas, faltou espaço para provocadores. Tudo somado, o que poderia ser o último em defesa de Bolsonaro se transformou na primeira manifestação em favor da anistia e da redemocratização. O povo retomou o domínio das ruas, soltou o grito preso na garganta e começou a sepultar a era do medo.

Fonte: revistaoeste

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