O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) removeu oficialmente o embaixador brasileiro em Israel e o transferiu para Genebra, na Suíça. Frederico Meyer foi nomeado Representante Especial do Brasil na Conferência Especial do Desarmamento, órgão na Organização das Nações Unidas (ONU), sediado em Genebra. A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira, 29.
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Meyer havia retornado a Israel na sexta-feira 24, depois de quase três meses fora do país. Em fevereiro, o embaixador foi chamado pelo chanceler israelense, Israel Katz, ao Museu do Holocausto para ouvir queixas públicas sobre uma fala de Lula em que o presidente comparou as ações de Israel contra Gaza às de Hitler contra os judeus.
Na ocasião, que “o que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu, quando Hitler resolveu matar os judeus”.
“Eu fico imaginando qual é o tamanho da consciência política dessa gente, e qual é o tamanho do coração solidário dessa gente, que não veem que na Faixa de Gaza não está acontecendo uma guerra, mas um genocídio. Não é uma guerra entre soldados e soldados, é uma guerra entre um Exército altamente preparado e mulheres e crianças. É preciso parar de ser pequeno quando a gente precisa ser grande, o que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu, quando Hitler resolveu matar os judeus. Então não é possível que a gente possa colocar um tema tão pequeno, sabe, você deixar de ter ajuda humanitária, quem vai ajudar a reconstruir aquelas casas que foram destruídas? Quem vai retribuir a vida de mais de 30 mil pessoas que já morreram, 70 mil estão feridos, quem vai devolver a vida das crianças que morreram? Sem saber por que estavam morrendo. Isso é pouco para mexer com o senso humanitário dos dirigentes políticos do planeta?”
No local, Meyer também ouviu que o presidente brasileiro era uma persona non grata no país. O governo brasileiro entendeu como “inaceitável” o comportamento de Katz.
Segundo o jornal O Globo, em princípio, a embaixada em Tel-Aviv passa a ser chefiada pelo ministro-conselheiro e encarregado de negócios Fábio Farias. Ele é diplomata, mas de nível inferior ao de um embaixador. Dessa forma, o governo brasileiro quer passar uma mensagem de que rebaixou suas relações com Israel.
Na semana passada, Celso Amorim, assessor especial de Lula para assuntos internacionais, .
Fonte: revistaoeste