O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se tornou alvo de entidades de direitos humanos. Isso porque o chefe do Executivo disse que não quer “remoer o passado”, referindo-se ao período em que o regime militar vigorou no país. A declaração do petista foi proferida na terça-feira 27, e as críticas ocorreram nesta quarta-feira, 28.
A nota foi enviada por mais de 150 entidades. Esses grupos consideram que falar sobre o regime militar “não é remoer o passado, é discutir o futuro”. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, a e o Instituto Vladimir Herzog fazem parte do grupo.
“Não aceitaremos que, mais uma vez, os governos negociem ou abdiquem dos direitos das vítimas para poder contemporizar com os militares”, informa a nota. “Não aceitaremos mais essa tutela cujo preço histórico quem tem pago são os familiares, todos os que foram atingidos por atos de exceção, todos que trabalham pela construção da memória para a defesa da democracia.”
As entidades cobram a instalação da Comissão de Mortos e Desaparecidos por Lula. O governo havia prometido a criação, que ainda não foi cumprida no atual mandato.
Lula concedeu uma entrevista ao programa É Notícia, da RedeTV!, transmitido na noite desta terça-feira. Na ocasião, o presidente disse que prefere não ficar remoendo as consequências do regime militar por fazer “parte do passado” e que quer “tocar o país para frente”.
Para o presidente, as Forças Armadas estão sendo punidas como nunca na história. Como exemplo, usou as penas impostas a militares que supostamente participaram do 8 de janeiro de 2023.
“O que não posso é não saber tocar a história para frente”, comentou Lula à RedeTV!. “Ficar remoendo sempre, remoendo sempre, ou seja, é uma parte da história do Brasil que a gente ainda não tem todas as informações.”
Fonte: revistaoeste